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Cidade natal de Stálin vira ponto-chave em conflito graças à posição estratégica
DA REDAÇÃO
A 30 km da divisa sul-ossetiana e a 76 km da capital georgiana, a cidade natal de Josef Stálin (1879-1953) virou ponto vital no atual conflito no Cáucaso. Plantada na única rodovia a
ligar o leste da Geórgia ao oeste,
na costa do mar Negro, Gori
tem posição estratégica: tomá-la permitiria a Moscou cortar
comunicações do adversário
entre sua capital, Tbilisi, e sua
única saída marítima.
Cidade mais próxima da região em disputa, a Ossétia do
Sul, Gori teve seus alvos militares bombardeados no início do
conflito. Depois veio uma enxurrada de versões díspares sobre seu controle: os georgianos
dizem que os russos enviaram
tanques para tomá-la, os russos
negam. Dois repórteres da Reuters dizem não haver sinal de
presença militar russa na cidade de 70 mil habitantes.
Fundada no século 7º, conserva não apenas frutas e vegetais em sua indústria de enlatados, mas também a história de
seu mais notório natural, nascido lá em dezembro de 1879. Ao
contrário do que aconteceu em
cidades russas, onde enferrujam em parques-cemitérios de
figuras renegadas, uma estátua
do ditador se impõe na avenida
Stálin, em frente à prefeitura.
Gori tem ainda o Museu Stálin, que mostra a vida do filho
pobre de uma lavadeira que
queria vê-lo tornar-se padre.
Ali há poemas de amor pela
Geórgia escritos aos 15 anos,
mas gulags e processos sumários não são mencionados.
Em 1921, ainda na era Lênin,
Stálin ordenou que o Exército
Vermelho invadisse a Geórgia
-que, antes parte do Império
Russo, declarara independência em 1918. Na época, a população da Ossétia do Sul, russófila, apoiou os bolcheviques. Stálin reprimiu o nacionalismo e
coletivizou a agricultura georgiana, mas trouxe indústrias e
urbanização à região.
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