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Moradores exigem segurança
DA REDAÇÃO
Três dias após saudarem a entrada dos tanques norte-americanos em Bagdá, os moradores da
capital iraquiana começam a perder a paciência e exigir segurança
diante da passividade dos militares dos EUA com relação à onda
de saques, desordem e destruição
que tomou conta da cidade.
Militares americanos e policiais
iraquianos tiveram ontem sua
primeira reunião em Bagdá para
tentar controlar a situação. Policiais iraquianos se dispuseram a
ajudar as tropas de ocupação a
controlar os saques e a anarquia.
"Bagdá é como um grande barco à deriva. A dor e a morte aumentaram quando a coalizão entrou", afirmou o comerciante Salah Jamir, do bairro de Chorga, na
região central.
Cerca de cem iraquianos, muitos deles estudantes, protestaram
no centro da cidade, segurando
um cartaz com os dizeres "Nós
queremos um novo governo o
mais rápido possível para garantir
segurança e paz".
"Queremos cooperar com o novo governo iraquiano e as tropas
americanas para manter a paz e a
segurança", disse o estudante
Dhargham Adnan, 25, da Universidade de Bagdá. Para Adnan, as
tropas americanas não parecem
estar fazendo nada para interromper os saques à maior parte
dos prédios públicos da capital.
"Eles só tentam proteger as companhias de petróleo e o Ministério
do Petróleo. Todo o resto está
sendo destruído, e eles não fazem
nada, só observam", disse.
O engenheiro Haidir Shawk, 58,
apelou aos soldados americanos
para que imponham a ordem.
"Os americanos tomaram o lugar
do regime, e a segurança é parte
de sua responsabilidade", disse.
Apesar das promessas dos EUA
de que agiriam para impedir os
saques, algumas de suas ações tiveram o efeito contrário, como a
reabertura pelos soldados americanos de duas pontes estratégicas
no coração de Bagdá. Com o acesso a um novo território que ainda
não fora atacado, multidões de saqueadores cruzaram as pontes,
sem que as forças americanas
agissem para impedi-los.
Os saqueadores voltaram a atacar prédios públicos, hospitais,
escolas e o Museu Nacional, levando ou destruindo muitos dos
tesouros arqueológicos do país.
"Essa é a propriedade desta nação e é o tesouro de 7 mil anos de
civilização", afirmou o empregado do museu Ali Mahmoud. "O
que esse país está fazendo?"
O diretor-geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura),
Koichiro Matsuura, pediu à coalizão militar que envie tropas aos
principais sítios arqueológicos e
museus do país para impedir a
destruição e os saques.
Com agências internacionais
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