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EUA não investem na ajuda como
prevenção ao terror, diz relatório
ELIZABETH BECKER
DO "NEW YORK TIMES"
Apesar de o governo George W.
Bush ter afirmado que Estados
fracassados são terrenos procriadores de terroristas, a Casa Branca está fazendo muito pouco para
melhorar esses países e reduzir o
risco que representam para a segurança americana. Essa é uma
das conclusões de um relatório
produzido pela Comissão sobre
Estados Fracos e Segurança Nacional dos EUA.
"A premissa subjacente é que
temos de agir agora", diz Stuart
Eizenstat, co-presidente da comissão e ex-conselheiro-chefe para política interna do presidente
Jimmy Carter (1977-81). A comissão incluiu 30 republicanos e democratas especialistas em desenvolvimento e segurança.
Essa não é a primeira vez em
que se associa gastos em ajuda a
desenvolvimento com ameaças à
segurança nacional. Mas, desde
os ataques do 11 de Setembro, o
governo tem caminhado em diferentes direções no campo da ajuda ao desenvolvimento, afirma o
relatório -encomendado pelo
Centro para Desenvolvimento
Global, uma organização sem fins
lucrativos de Washington.
Ao invés de focar a ajuda desenvolvimentista para Estados fracassados, o governo criou uma
nova conta de desenvolvimento
para ajudar nações pobres com
um comprovado histórico de
apoio à democracia e de combate
à corrupção. Estados fracassados
-aqueles que de maneira geral
não conseguem garantir segurança para seus cidadãos ou território
e que são vistos por sua população como corruptos e ilegítimos- não se qualificam para receber essa ajuda.
No Orçamento deste ano, a Casa Branca pediu um aumento de
mais de US$ 1 bilhão para a Aids e
assistência às nações mais pobres,
enquanto requisitou uma elevação de US$ 21 bilhões para o Departamento da Defesa -não incluídos aí pedidos suplementares
para operações no Iraque.
Essa diferença exemplifica os temores da comissão de que o governo e o Congresso confiam demais na força militar e não o bastante na ajuda ao desenvolvimento para combater o terrorismo.
A comissão recomendou que
um novo Departamento de Desenvolvimento -com status ministerial- seja nomeado para
coordenar os esforços do país
nessa área. A comissão notou ainda que os EUA são um dos "menos generosos de todos os doadores, proporcionalmente na relação entre suas economias e seus
gastos públicos, com ajuda ao desenvolvimento".
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