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CAXEMIRA
Militantes islâmicos se disfarçaram de sacerdotes em templo de Jammu; vítimas são sobretudo mulheres e crianças
Atentado separatista mata 24 e fere 20
DA REDAÇÃO
Pelo menos 24 civis -sobretudo mulheres e crianças- foram
mortos e 20 ficaram feridos ontem à noite quando militantes islâmicos separatistas abriram fogo
e lançaram granadas em um templo de Jammu, a capital de inverno do Estado de Jammu-Caxemira (Índia).
O templo fica no bairro de Qasim, uma das áreas mais pobres e
densamente povoadas de Jammu.
Segundo a polícia, a ação dos
militantes foi facilitada porque
três deles estariam disfarçados de
sacerdotes hindus.
Entretanto nenhum grupo havia reivindicado a responsabilidade pela autoria do atentado.
Ashok Soutri, o chefe da polícia,
disse que as autoridades suspeitam de que o atentado tenha sido
cometido pelo Lashkar-e-Tayyaba, o mais temido dos cerca de 12
grupos islâmicos baseados no Paquistão e que lutam pela independência da Caxemira.
Segundo testemunhas, cerca de
oito militantes lançaram as três
granadas e, em seguida, abriram
fogo contra a multidão. Parte das
pessoas teria sido atacada quando
assistia pela TV a um jogo de críquete entre Índia e Paquistão.
Localizada no sul do Estado de
Jammu-Caxemira, Jammu raras
vezes testemunhou em sua história um tal grau de violência.
Só na última década, mais de 60
mil pessoas foram mortas no Estado, sobretudo no vale da Caxemira, ao norte. Contudo nos últimos meses a maior parte dos ataques tem ocorrido na região.
A tensão entre os dois países
-potências nucleares, que já se
enfrentaram em três guerras desde a independência, em 1947-
tem aumentado desde que um
ataque suicida a um ônibus e a um
quartel do Exército indiano ocorrido em maio passado, também
na Caxemira, deixou 35 mortos.
A Índia atribuiu o atentado a
três separatistas muçulmanos de
origem paquistanesa.
Em represália, Nova Déli expulsou o embaixador do Paquistão
no país, Ashraf Jehangir Qazi.
O governo do Paquistão, entretanto, havia condenado o ataque e
pedido a abertura de uma investigação sobre o incidente.
O governo da Índia não se manifestou sobre o ataque, mas é
quase certo que deve aumentar a
tensão com o Paquistão, que é
acusado por Nova Déli de ter
apoiado a maior parte dos atentados terroristas ocorridos na Índia.
A disputa pela Caxemira está no
centro das últimas cinco décadas
de hostilidades entre os dois países, que já travaram duas guerras
pelo controle do território.
Pelo menos 1 milhão de soldados dos dois países está postado
na fronteira.
O ataque de ontem ocorreu
quando separatistas da Caxemira
e seus rivais pró-Índia observavam o o Dia do Martírio, que comemora a revolta popular contra
a monarquia, 70 anos atrás, que
outrora havia dominado a Província do Himalaia. Quando os
britânicos deixaram o subcontinente em 1947, a Província foi dividida entre Índia e Paquistão.
Em Srinagar, capital de verão do
Estado de Jammu-Caxemira, soldados patrulhavam as ruas quase
vazias da cidade, enquanto a
maior parte dos escritórios e lojas
estava fechada devido a uma greve convocada pelos grupos separatistas para protestar contra o
domínio da Índia.
Com agências internacionais
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