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Ataque do Taleban mata 9 soldados dos EUA
"New York Times" diz que Bush irá reduzir soldados no Iraque a partir de setembro para reforçar tropas no Afeganistão
Ação contra base também feriu 15 soldados da força da Otan e 4 afegãos; baixas já superam as sofridas no Iraque nos últimos 3 meses
Chad J. Mcneeley - 11.jul.08/ Departamento de Defesa dos EUA
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Mike Mullen, chefe do Estado-Maior dos EUA, fala a soldados americanos no Afeganistão; ataque de ontem foi um dos piores desde a invasão do país, em 2001
DA REDAÇÃO
A milícia fundamentalista
Taleban lançou ontem um violento ataque contra uma base
de operações da Otan (aliança
militar ocidental) na Província
de Kunar, no nordeste do Afeganistão, deixando nove soldados americanos mortos. O
atentado, que também feriu 15
soldados da Otan e quatro do
Exército afegão, foi o pior realizado contra forças americanas
no país nos últimos três anos.
As baixas sofridas pelos EUA
e seus aliados no Afeganistão já
são superiores às sofridas no
Iraque, considerando-se os últimos três meses.
Sintomaticamente, o jornal
"The New York Times" informou ontem que os EUA estudam a redução de tropas no Iraque a partir de setembro, atribuindo a medida à necessidade
de reforçar as forças do país no
Afeganistão. Ressaltando que
não há nenhuma decisão tomada, o diário afirma -citando
fontes do governo e das Forças
Armadas- que de uma a três
unidades de combate podem
deixar o Iraque até janeiro de
2009, quando George W. Bush
deixará a Presidência.
Com isso, o total de soldados
americanos no país árabe seria
reduzido dos atuais 150 mil para entre 120 mil e 130 mil.
O governo dos EUA vem sendo pressionado por Bagdá para
estabelecer um cronograma de
retirada de seus soldados do
país, como parte de um acordo
bilateral de segurança que legalizaria a presença militar americana quando vencer o atual
mandato da ONU, em dezembro deste ano.
Ontem, o jornal "The Washington Post" afirmou que, dada as dificuldades na negociação do acordo com o governo
iraquiano, é possível que seja
assinado um memorando provisório, a ser renegociado pelo
próximo presidente dos EUA.
Combates
No Afeganistão, um comunicado da Otan disse que os confrontos que levaram à morte
dos nove soldados "começaram
nas primeiras horas da madrugada de ontem e prosseguiram
ao longo do dia, enquanto os insurgentes eram repelidos pelo
Exército Nacional Afegão e pelos homens da Força Internacional de Assistência e Segurança [Isaf, em inglês]".
O Taleban atacou a base com
metralhadoras, lança-foguetes
e morteiros, disparando a partir de casas e de uma mesquita
localizadas no vilarejo de Wanat. "Embora nenhum balanço
tenha sido feito até o momento,
estima-se que os insurgentes
tenham sofrido pesadas baixas
durante várias horas de luta",
conclui o informe da Otan.
A Isaf reúne tropas de 39 países, mas as operações de combate, que ocorrem principalmente no sul do Afeganistão,
recaem mais sobre norte-americanos e britânicos.
Ano fatal
O ano de 2008 já é o mais letal no Afeganistão desde a invasão dos EUA e seus aliados da
Otan que derrubou o governo
do Taleban, acusado de dar
abrigo a Osama bin Laden, em
2001. Cerca de 700 civis afegãos foram mortos nos primeiros cinco meses do ano, um aumento acentuado em relação
aos anos anteriores, segundo
relatórios da ONU.
A Otan afirma que os ataques
contra suas forças tiveram um
aumento de 40% em comparação com o mesmo período do
ano passado.
Ontem, o general David
McKiernan -que liderou a invasão do Iraque em 2003 e passou a comandar as tropas no
Afeganistão em junho passado- apontou várias razões para o aumento da violência. Descrevendo o verão e a primavera
[no hemisfério Norte] como
"altas estações" para os combates, ele destacou três fatores.
Em primeiro lugar, uma tática deliberada do Taleban de
privilegiar ataques menores
contra alvos mais vulneráveis,
como mercados, repartições do
governo e comboios.
Em seguida, McKiernan
apontou as incursões da Otan e
do Exército afegão em regiões
controladas pelo Taleban. Finalmente, ressaltou "a situação
de deterioração dos santuários
do Taleban em áreas tribais, ao
longo da fronteira com o Paquistão". McKiernan destacou
este último ponto como um
problema crescente. Segundo
ele, a base de operações atacada
ontem fica perto da fronteira
com o Paquistão, em uma das
regiões mais montanhosas e
hostis do país e onde tropas
americanas têm travado batalhas contra os insurgentes.
Com agências internacionais
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