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Chávez nomeia governo biônico
Cargo para Caracas que tira poder de governo distrital será ocupado por ex-ministra do Meio Ambiente
Função foi criada na semana passada por Assembleia
de maioria chavista; eleito, governador opositor estima em 90% perda orçamentária
DE CARACAS
O presidente Hugo Chávez
nomeou ontem a ex-ministra
Jacqueline Farías para o controvertido cargo de chefe de governo biônico do Distrito Capital. A nova função tira a maior
parte dos recursos, funções e
até mesmo o palácio do governador distrital de Caracas, o
opositor Antonio Ledezma.
O anúncio foi feito ontem à
noite pelo venezuelano durante entrevista coletiva ao lado do
presidente colombiano, Álvaro
Uribe, no Palácio Miraflores.
A nova função foi criada na
semana passada pela Assembleia Nacional, controlado pelo
chavismo, e é hierarquicamente superior ao governo distrital
e aos cinco municípios que formam Caracas, dos quais quatro
estão sob prefeitos da oposição,
eleitos em 23 de novembro.
Segundo estimativa de Ledezma, seu governo perderá
90% do Orçamento, correspondente aos recursos federais, e
40 mil dos 43 mil funcionários
do governo distrital. Ele tem dito que o novo cargo é inconstitucional e promete "resistir".
Ex-ministra do Meio Ambiente, Farías exerce o cargo de
presidente da Movilnet, empresa de telefonia celular nacionalizada em 2007, e é ainda
vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela para a região ocidental, o que inclui Zulia, Estado mais rico e
principal reduto da oposição.
Desde o final do ano, o governo federal já transferira a sua
esfera várias funções do governo distrital, como escolas e hospitais. Ações similares ocorreram em outros Estados e municípios vencidos pela oposição.
Nas últimas semanas, líderes
opositores também têm sofrido
processos. O ex-ministro da
Defesa Raúl Baduel, que rompeu com Chávez em 2007, está
preso acusado de corrupção.
Já o prefeito licenciado de
Maracaibo e ex-candidato presidencial, Manuel Rosales, escondido desde o início do mês,
divulgou ontem carta em que
acusa Chávez de "propor controlar o funcionamento do país
e para isso tem contado com os
Poderes públicos, que domina e
dirige da forma mais obscena".
O Ministério Público pediu a
prisão de Rosales por enriquecimento ilícito, que será decidida pela Justiça na segunda.
(FM)
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