|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Zonas especiais incluem o maior oleoduto do país
DA REDAÇÃO
Um dos principais alvos
de críticas dos opositores da
política de segurança do governo colombiano foi a excessiva preocupação, ao
criar as chamadas zonas de
reabilitação, de proteger o
principal oleoduto do país, o
Caño Limón-Coveñas, que
cruza aquelas regiões.
"As zonas de reabilitação
foram criadas mais com o
propósito de defender os interesses da Occidental [multinacional americana que
administra o oleoduto em
conjunto com a estatal Ecopetrol] do que para proteger
a população", afirma Camilo
González Posso, presidente
do Indepaz (Instituto para o
Desenvolvimento e para a
Paz) e ministro da Saúde no
governo César Gaviria
(1990-94). "A estratégia é
equivocada e só foi implementada para justificar a militarização da região", diz.
O Caño Limón-Coveñas,
com 780 km de extensão, é a
principal rota de escoamento da produção colombiana
de petróleo, a maior fonte de
divisas do país. A região de
Arauca concentra a maior
parte da produção nacional
do produto, com 105 mil
barris ao dia.
Segundo o vice-ministro
da Defesa, Andrés Soto, a
coincidência entre as zonas
de reabilitação e as áreas por
onde passa o oleoduto não é
ocasional. "O petróleo é
muito importante para a região, porque gera um faturamento de US$ 80 milhões ao
ano", diz. Segundo ele, o
roubo de petróleo e os ataques dos grupos armados ao
oleoduto faziam com que esse dinheiro, em vez de ir aos
cofres públicos, fosse parar
nas mãos da guerrilha terrorista, alimentando ainda
mais o conflito no país.
Segundo as autoridades
colombianas, o oleoduto Caño Limón-Coveñas já foi alvo de quase mil ataques à
bomba por parte dos grupos
terroristas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia) e ELN (Exército
de Libertação Nacional) desde sua inauguração, em
1986. Só nos últimos dois
anos foram cerca de 200 ataques, causando um prejuízo
estimado em US$ 500 milhões ao ano.
No ano passado, os EUA
aprovaram um auxílio suplementar de US$ 98 milhões para ajudar a proteger
o oleoduto. Cerca de 70 militares dos EUA estão na Colômbia desde janeiro para
treinar os militares do país para a tarefa. (RW)
Texto Anterior: Presidente mantém alto apoio popular Próximo Texto: "Resultado da ação do Estado é pobre" Índice
|