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Intensidade é "inexplicável"
ANDREW C. REVKIN
DO "NEW YORK TIMES"
Ao transformar-se de um furacão relativamente comum, de categoria 2, em uma tempestade extrema, de categoria 4, em apenas
cinco horas, o Charley ilustra os
limites da previsão meteorológica. John L. Beven, especialista do
Centro Nacional de Furacões, em
Miami, disse que o explosivo desenvolvimento da da tempestade
era "extremamente inusual" e ,
até o momento, inexplicável.
Na sexta, o centro havia previsto
que a tempestade atingiria a Flórida como furacão de categoria 2.
Mas então algo aconteceu sobre o
golfo do México, diz Beven. Possivelmente um pulso extra de energia das águas quentes do golfo.
As mudanças ocorreram num
ritmo raramente visto. Na previsão das 11h, o Charley atingiria a
Flórida com ventos de 160 km/h.
Às 15h50, chegou à costa com
ventos de 232 km/h, apenas 16
km/h a menos do que o necessário para torná-lo um furacão de
categoria 5, o mais destrutivo na
escala de Saffir-Simpson.
Os meteorologistas se tornaram
adeptos da previsão dos caminhos de certos furacões gigantes,
integrando medição da velocidades dos ventos e variações da
pressão atmosférica. Mas, dizem
eles, erros ao julgar a intensidade
dos fenômenos ainda são comuns
devido à falta de medição de fatores como temperatura da água e
modificações momentâneas das
condições atmosféricas.
Algumas vezes as tempestades
podem perder força tão abruptamente quanto ganham intensidade. Em outubro de 2002, o furacão
Lili atingia o Estado da Louisiana
como categoria 4,quando subitamente perdeu força e caiu para a
categoria 2.
Na maior parte das tempestades, há uma carência de dados
que ajudariam a realizar previsões. Para Todd Miner, meteorologista da Universidade do Estado
da Pensilvânia, há uma falta de
monitoramento detalhado do
comportamento dos furacões distantes da costa, o que limita a
compreensão sobre como podem
oscilar entre ciclos de intensidade
e enfraquecimento.
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