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TRAGÉDIA
Fenômeno é o pior a atingir o Estado em 12 anos; milhares estão desabrigados e 1,1 milhão, sem eletricidade
Furacão Charley mata 13 pessoas na Flórida
DA REDAÇÃO
Pior furacão a atingir a Flórida
nos últimos 12 anos, o Charley
deixou um rastro de destruição,
matando pelo menos 13 pessoas
no sudoeste do Estado, segundo
informação da agência de notícias
Reuters. Milhares de pessoas estão desabrigadas e cerca de 1,1 milhão ficou sem eletricidade.
Ligeiramente enfraquecido
após sua passagem pelo continente, ele seguia para a costa do Estado da Carolina do Sul.
Com ventos de 233 km por hora, o Charley destruiu casas, arrancou árvores e tombou caminhões, sobretudo na região da cidade de Punta Gorda (sul). Trailers, que não têm fundações, sofreram os piores estragos.
O furacão de categoria 4 na escala de Saffir-Simpson (que vai
até 5) atingiu a costa oeste da Flórida na sexta-feira à tarde com
mais força do que o inicialmente
previsto.
Houve "uma série de fatalidades" num estacionamento para
trailers no condado de Charlotte,
onde fica Punta Gorda, disse
Wayne Sallade, chefe da defesa civil do condado. Sallade também
afirmou que houve mortes em pelo menos três outras áreas do condado e que poderá levar dias até
que se chegue à contagem final.
Centenas de pessoas estavam
desaparecidas em Charlotte e milhares ficaram desabrigadas, afirmou Sallade. Cerca de 80% dos
edifícios foram danificados.
Novo Andrew
Ele comparou a devastação com
a provocada pelo furacão Andrew
em 1992, que matou 26 pessoas.
Também houve grandes estragos
em Captiva Island, um luxuoso
balneário a oeste de Fort Myers.
"É como o Andrew mais uma
vez", disse. "Acreditamos que
houve significativa perda de vidas", acrescentou Sallade.
Antes, a tempestade havia matado três pessoas em Cuba e uma
na Jamaica.
O governo federal anunciou o
envio de uma equipe de 25 legistas com 60 sacos mortuários e
dois caminhões refrigerados.
Depois de cruzar a Flórida e voltar ao oceano, onde pode ganhar
força novamente, o furacão Charley se dirigiu para a costa da Carolina do Sul. As estradas do Estado
ficaram congestionadas durante
toda a noite de sexta-feira, com
turistas e residentes tendo de
cumprir a ordem de evacuação
obrigatória emitida pelas autoridades locais.
Às 8h00 (9h00 de ontem no horário de Brasília), o centro da tempestade se encontrava 55 km a su-sudoeste da cidade de Charleston,
na Carolina do Sul, e se movia a 45
km/h. Os meteorologistas previam que o furacão voltaria a ganhar força e chegaria a ter ventos
de até 137 km/ h.
O presidente George W. Bush
declarou a Flórida área de desastre, disponibilizando dinheiro federal para os condados de Charlotte, Lee, Manatee e Sarasota.
O governador da Flórida, Jeb
Bush, irmão do presidente, disse
que o Estado sofreu "grande devastação". Após sobrevoar de helicóptero parte da região afetada,
o governador declarou: "Quando
se vê a devastação de cima, seria
muito chocante se não houvesse
mortos".
Acesso difícil
Mais de 30 estacionamentos de
trailers foram devastados em
Charlotte, disse Bob Carpenter,
porta-voz do gabinete do xerife
do condado. Ele afirmou que
equipes de resgate estavam sendo
enviadas para os locais para buscar por corpos e por sobreviventes, mas o acesso estava difícil.
"Não conseguimos chegar com os
veículos -há muitos escombros", afirmou.
O furacão Charley ganhou força
rapidamente anteontem depois
de cruzar Cuba e passar ao largo
de Florida Keys ainda como um
furacão de categoria 2 na manhã
de sexta. Cerca de 1,4 milhão de
pessoas foram evacuadas como
medida de precaução contra o
mais forte furacão a atingir a Flórida desde a passagem do Andrew
em 1992.
O Estado colocou 5.000 soldados da Guarda Nacional em alerta
para lidar com os estragos provocados pela tempestade.
A quarta depressão tropical desta temporada de furacões se formou na sexta-feira no oceano
Atlântico e recebeu o nome de
Danielle, mas, pelo momento, ela
não parece constituir uma ameaça. A quinta estava em formação
ontem e poderia atingir ilhas no
sudeste do mar do Caribe.
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