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Americano comanda ONG contra vigilância
DE NOVA YORK
Bill Brown começou sua "luta
contra a vigilância" quando desconfiou que o FBI
tinha uma ficha a seu respeito pelo fato de sua mãe ter trabalhado
para o candidato democrata Gerald McGovern, derrotado por Richard Nixon em 1972, e por ter
apoiado a invasão de "homeless"
a prédios abandonados da cidade.
Desde então, comanda uma
ONG e continua a batalha para
ver os dados sobre sua pessoa
mantidos pela polícia federal, direito garantido pela Constituição.
"A pasta ainda está em uso", é a
resposta padrão.
(SD)
Folha - O "espírito Big Brother"
aumentou após 11 de setembro?
Bill Brown - Sim, muito rapidamente, e não só nos EUA, mas no
mundo inteiro, especialmente em
Canadá, França, Reino Unido, Israel e Alemanha, nesta ordem.
Folha - O que uma pessoa comum
pode fazer para evitar que, de uma
maneira ou de outra, acabe sendo
vigiada?
Brown - Em primeiro lugar, temos de educar essa pessoa, ensiná-la quais são os seus direitos individuais e onde eles não estão
sendo respeitados. Parece incrível, mas nem todo mundo sabe
quando sua privacidade está sendo violada, ou não dá valor.
Só quando perde o direito, mas
aí é tarde demais. Então, essa
"pessoa comum" deveria se organizar e se juntar a outros indivíduos com interesses comuns, como colegas de trabalho, moradores da mesma quadra, frequentadores da mesma igreja...
Por fim, deve escolher um campo da privacidade que foi invadido pelo governo ou quem quer
que seja e combatê-lo sem trégua,
que é o que eu faço em relação às
câmeras de segurança espalhadas
por toda Nova York.
Folha - Na semana retrasada, o
secretário John Ashcroft anunciou
medidas de exceção que ampliam o
poder de ação do FBI para frequentar reuniões públicas de grupos religiosos e políticos e vigiar correio
eletrônico mesmo sem autorização
judicial, desde que haja suspeita
de atividades terroristas. Isso vai
aumentar a segurança?
Brown - Não. A melhor maneira
de se livrar do terrorismo como o
patrocinado pela Al Qaeda é 1) retirar as tropas americanas da Arábia Saudita; 2) liberar o espaço aéreo sobre o Iraque; e 3) convencer
Israel a sair dos territórios ocupados ou pararmos de mandar ajuda financeira a eles.
Se fizermos isso, eles continuarão terroristas, mas ao menos
perderão o apoio da maioria das
populações do Oriente Médio.
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