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General russo diz que base antimísseis dos EUA expõe Polônia a ataque nuclear
DA REDAÇÃO
A Rússia reagiu ontem em
várias frentes ao pré-acordo assinado pela Polônia para receber parte do escudo antimísseis
que os EUA pretendem instalar
no Leste Europeu. O presidente, Dmitri Medvedev, disse que
a medida "tem claramente a
Rússia como alvo". O número
dois do Exército, Anatoli Nogovitsin, foi mais enfático e afirmou que a Polônia torna-se potencial alvo de ataque nuclear.
Pelo documento, assinado
anteontem, Varsóvia compromete-se a receber, até 2012, dez
interceptadores de mísseis, em
troca do reforço na cooperação
militar e de defesa com Washington. O governo americano
diz que o escudo, que contará
ainda com um radar na República Tcheca, será uma defesa
contra países como o Irã.
Em entrevista coletiva ao lado da chanceler alemã, Angela
Merkel, na cidade de Sochi, no
litoral do mar Negro, Medvedev disse que o escudo "mira a
Rússia". Para ele, o momento
do anúncio foi escolhido deliberadamente e "comprovando
tudo o que viemos dizendo recentemente" sobre o projeto.
Em uma declaração alguns
graus mais forte, Nogovitsin
disse que a decisão de Varsóvia
expõe a Polônia a um ataque, de
acordo com a agência russa Interfax. O general, segundo na
hierarquia militar, ressaltou
que a doutrina russa prevê o
uso de artefatos nucleares
"contra aliados de países que
possuem armas nucleares se de
alguma forma os ajudarem".
Dmitri Rogozin, enviado de
Moscou para a Otan, a aliança
militar ocidental da qual a Polônia faz parte, disse que o escudo antimísseis "não é contra
o Irã, mas contra o potencial estratégico da Rússia". O chanceler russo, Sergei Lavrov, cancelou uma visita diplomática que
faria à Polônia em setembro,
segundo diplomatas poloneses.
Em Tbilisi, ao lado do georgiano Mikhail Saakashvili, a secretária de Estado dos EUA,
Condoleezza Rice, rebateu as
acusações dizendo que Washington buscou trabalhar com
Moscou para dirimir as suspeitas russas. À BBC, o chanceler
polonês, Radoslaw Sikorski,
disse que a decisão nada tem a
ver com o conflito na Geórgia.
Com agências internacionais
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