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Russos iniciam retirada, mas montam barreiras perto de cidades georgianas
DA REDAÇÃO
Os russos iniciaram ontem a
retirada de cidades georgianas
ocupadas, mas mantiveram
suas tropas de prontidão no
território da ex-república soviética. Unidades militares cercam os principais núcleos urbanos, o que o presidente georgiano Mikheil Saakashvili diz
ver com "grande preocupação".
Unidades militares russas
montaram pontos de checagem
a cerca de 40 km da capital,
Tbilisi, onde a secretária de Estado dos EUA, Condoleeza Rice, se reunia com Saakashvili.
Os russos estão a 56 km de Kutaisi, segunda maior cidade do
país, e nos arredores de Gori, cidade estratégica a 30 km da região separatista da Ossétia do
Sul, por onde passa a única
grande rodovia que corta o país
no sentido leste-oeste -onde
está a única saída marítima.
Bases militares nas áreas
ocupadas foram implodidas,
seguindo a estratégia russa de
neutralizar a capacidade de
ataque georgiana contra os rebeldes. Mas, contrariando o
que diz o governo da Geórgia,
repórteres informam que as estruturas produtivas foram relativamente preservadas.
O porto de Poti, o mais movimentado do país, opera normalmente. Segundo Alan Middleton, executivo-chefe da empresa que administra o porto,
os ataques russos, que mataram 11 trabalhadores, deixaram
danos estruturais secundários.
O presidente russo, Dmitri
Medvedev, afirmou que seus
homens se retirariam de todas
as áreas ocupadas no conflito.
As tropas continuarão estacionadas nas regiões separatistas,
onde já havia presença de soldados russos de manutenção de
paz antes do conflito, conforme
acordo selado em 1992.
Num gesto simbólico, o patriarca da Igreja Ortodoxa
georgiana, Ilian 2º, e o general
russo Viacheslav Borisov sentaram no mesmo banco em
uma cerimônia na catedral de
Gori. Segundo o coronel russo
Igor Konoshenkov, as tropas já
deixaram a cidade e mantêm-se
nas cercanias para impedir a
entrada de saqueadores. Moradores, porém, relatam que os
russos ainda controlam o tráfego e que a policia georgiana é
incapaz de conter a violência.
A Human Rights Watch acusou a Rússia de usar bombas de
dispersão contra instalações
militares em áreas habitadas.
As bombas, feitas de contêineres que se abrem e espalham
por grandes áreas submunições
individuais, teriam matado 11
pessoas, inclusive o jornalista
holandês Stan Storimans. O
Ministério da Defesa nega.
Mais de cem países assinaram acordo, que deve passar a
valer em novembro, para banir
essas bombas -mas não a Rússia, os EUA nem o Brasil.
Com agências internacionais
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