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Tropas fazem novo cerco ao QG de Iasser Arafat em Ramallah
DA REDAÇÃO
Como em ocasiões anteriores,
Israel atribui ao líder palestino
Iasser Arafat a responsabilidade
pelo ataque que deixou ao menos
12 mortos em Hebron anteontem.
Numa cena que se tornou rotineira na cidade de Ramallah, na
Cisjordânia, tanques e blindados
israelenses cercaram novamente
a Mukata, o quartel-general do
presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
É a terceira vez este ano que
Arafat -acusado pelo governo
israelense de apoiar o terrorismo
e de nada fazer para impedir a
ação dos extremistas islâmicos-
é sitiado no local. A maior parte
dos edifícios do complexo palestino foi derrubada -só três deles
continuam em pé- por disparos
de tanques e pelos buldôzeres das
forças de Israel.
"O padrão está muito claro agora", disse Gideon Meir, um porta-voz da chancelaria israelense.
"Toda vez que um enviado americano vem tentar obter um cessar-fogo ou quando Israel alivia as
condições para tornar a vida da
população palestina mais fácil, há
um ataque terrorista."
Meir acrescentou: "A liderança
palestina mantém os seus próprios cidadãos como reféns, com
o objetivo de implementar suas
aspirações políticas".
Até ontem, a ANP ainda não havia se manifestado publicamente
para condenar o ataque aos colonos e soldados israelenses.
Assessores de Arafat costumam
criticar atentados contra civis em
cidades israelenses, mas vêem
ações armadas contra militares e
assentamentos judaicos na faixa
de Gaza e na Cisjordânia como
atos justificados de legítima defesa contra a ocupação.
O atentado em Hebron poderia
reforçar os argumentos dos setores mais à direita do governo do
premiê Ariel Sharon, que defendem a expulsão definitiva de Arafat dos territórios palestinos.
Este é, aliás, um dos principais
pontos da plataforma do ex-premiê e recém-empossado chanceler Binyamin "Bibi" Netanyahu,
que disputa com Sharon a liderança do partido Likud às vésperas das eleições parlamentares,
marcadas para 28 de janeiro.
Na semana passada, "Bibi" disse que, se eleito primeiro-ministro, enviaria Arafat ao exílio.
Pressionado pelos EUA a manter certa moderação na repressão
à Intifada -Washington quer
manter a questão iraquiana, e não
a palestina, no centro da agenda
internacional-, Sharon descarta,
ao menos por enquanto, a expulsão de seu rival palestino.
A nova escalada na violência no
Oriente Médio ocorre num momento em que o Egito e o Fatah,
partido político de Arafat, tentavam convencer os grupos palestinos responsáveis por atentados
suicidas a suspender suas atividades até as eleições de Israel.
Com base em experiências anteriores, Arafat sabe que atos terroristas costumam favorecer nas urnas os setores da linha-dura da
política israelense. Assim, novos
ataques apenas fortaleceriam o
Likud e partido à direita dele.
Por essa razão, representantes
do Fatah e do Hamas vêm negociando um acordo no Cairo. O Jihad Islâmico, que reivindicou a
autoria do ataque em Hebron,
não está participando do diálogo.
Com agências internacionais
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