São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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IRAQUE

Negociação em Najaf é suspensa

Iraquianos libertam dois reféns japoneses

Thaer al Sudanis/Reuters
O assistente humanitário Watanabe (à esq.) e o jornalista Yasuda concedem entrevista em Bagdá


DA REDAÇÃO

Dois civis japoneses seqüestrados no Iraque foram soltos ontem em Bagdá, dois dias após sua captura. Apesar da aparência cansada, o jornalista Jumpei Yasuda e o assistente humanitário Nobutaka Watanabe mostraram boas condições de saúde em um encontro com diplomatas após a libertação.
Outros três civis japoneses seqüestrados na semana passada haviam sido libertados na quinta-feira. Nos dois casos, extremistas islâmicos exigiam a retirada dos cerca de 500 soldados de Tóquio do Iraque. O governo japonês reafirmou que manterá as tropas.
Mais de 50 estrangeiros de 12 nacionalidades foram capturados no Iraque desde que os insurgentes iniciaram a atual onda de seqüestros, há pouco menos de duas semanas, visando forçar a retirada das forças de ocupação. Um deles, o segurança italiano Fabrizio Quattrocchi, foi morto nesta semana pelos captores.
De acordo com agências de notícias, 15 estrangeiros seguem desaparecidos no Iraque, incluindo nove americanos e três italianos.
Anteontem, seqüestradores enviaram a autoridades americanas um vídeo com imagens do recruta Keith Maupin, seqüestrado em 9 de abril. O paradeiro de outro militar e de sete civis dos EUA é desconhecido.
Quatro corpos foram achados nesta semana numa cova perto do local onde os civis, funcionários da empresa de infra-estrutura KBR, foram atacados, mas a identificação não foi feita ainda.

Al Sadr
O comando dos EUA anunciou a morte de mais um de seus soldados em decorrência de um conflito com a milícia do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr, anteontem, na região de Najaf (sul).
Com isso, chegam a 93 os soldados dos EUA mortos neste mês, o pior saldo desde o anúncio do fim dos principais conflitos no Iraque, há quase um ano.
Um grupo de soldados foi enviado a um campo perto de Najaf para prender o clérigo e seus seguidores, que no início do mês promoveram um levante contra as forças de ocupação.
As negociações que vinham ocorrendo nos últimos dias para a rendição do clérigo, com ajuda de intermediários, fracassaram.
O Irã, que havia enviado uma delegação à cidade, sagrada para os xiitas, anunciara anteontem que desistira de mediar a negociação após ter um de seus diplomatas assassinado em Bagdá.
Al Sadr é acusado pelos EUA da morte de um clérigo moderado.
Na outra frente de batalha iraquiana, Fallujah (oeste), a situação permanecia tranqüila um dia após os EUA terem lançado uma bomba de 900 kg sobre um prédio ocupado por insurgentes na cidade sunita.

Com agências internacionais

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