São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Europeus haviam qualificado de "passo importante" o plano de Sharon para Gaza, já apoiado por Bush

EUA e britânicos criticam ação de Israel

DA REDAÇÃO

Os Estados Unidos e o Reino Unido criticaram ontem a morte por forças israelenses do líder do Hamas, Abdel Aziz Rantisi. Os dois países se exprimiram em termos semelhantes aos que utilizaram no mês passado, quando da morte, também por Israel, do xeque Ahmed Yassin, fundador e dirigente espiritual daquela organização terrorista islâmica.
Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado citado pela Reuters disse que os EUA não haviam modificado sua "oposição aos assassinatos" praticados por Israel. Desautorizou ainda possíveis versões de que os EUA tenham dado sinal verde para que Rantisi fosse morto.
"Acreditamos que Israel deva pensar bastante sobre as conseqüências do que está fazendo, tanto quanto acreditamos que os palestinos deveriam se livrar de terroristas", disse o porta-voz, que não quis ser identificado.
Em Londres, o ministro do Exterior, Jack Straw, disse que "o governo britânico deixou repetidamente claro que tais assassinatos seletivos são ilegais, injustificados e contraproducentes".

Europa e Sharon
A morte de Rantisi rompeu na diplomacia da União Européia um clima de conciliação que os ministros do Exterior dos 15 países membros demonstraram ontem pela manhã, ao concluírem encontro de dois dias, em Dublim.
Eles divulgaram comunicado no qual enfocavam por um ângulo positivo o plano unilateral de Ariel Sharon, premiê israelense, de retirar os assentamentos judaicos de Gaza, mesmo se paralelamente com o propósito de manter os assentamentos na Cisjordânia. O plano de Sharon foi endossado na quarta-feira por George W. Bush, presidente dos EUA.
Segundo os europeus, o plano é "um passo importante para a implementação" do plano de paz discutido há dois anos.
A declaração da UE procurou ainda diminuir a tensão surgida entre o bloco e os EUA na quarta-feira, quando, com a exceção do Reino Unido, foram generalizadas e críticas as reações.
"A União Européia sublinha que o presidente Bush concorda que a segurança e o reconhecimento dos traçados de fronteiras devem resultar de negociações entre as partes", diz ainda a declaração de ontem.
Os ministros disseram que tanto Israel quanto a Autoridade Nacional Palestina deveriam "cumprir suas obrigações" em relação ao plano de paz.
Mesmo após a declaração da UE, alguns chanceleres criticaram o plano de Israel após o encontro de dois dias, na Irlanda, país que detém a presidência do bloco durante o semestre. "Paz e estabilidade somente serão alcançadas se os europeus forem respeitados como parceiros", disse o novo chanceler francês, Michel Barnier.


Com agências internacionais


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