São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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Rantisi assumiu liderança há três semanas

DA REDAÇÃO

Abdel Aziz Rantisi, 56, permaneceu menos de um mês como dirigente militar do Hamas, posto que passou a ocupar após a morte, por Israel, do xeque Ahmed Yassin, que, embora não cuidasse dos detalhes operacionais da organização islâmica, era seu fundador e dirigente espiritual.
"Os israelenses não conhecerão a paz e a segurança", ameaçou ele em 23 de março, quando foi apresentado como o sucessor de Yassin.
Rantisi não era em verdade o único líder da sua organização. Khaled Meshaal, baseado na Síria, dividia com ele o poder e continua a ser o responsável pelas ações políticas do grupo, cargo mais importante na tomada de decisões.
Considerado um dos "duros" e defensor de uma posição de intransigência com os israelenses, ele nasceu na atual cidade israelense de Ashkelon, mas mudou-se com a família para Gaza após a criação de Israel.
Tinha 11 irmãos. Instalado com os pais num campo de refugiados, estudou numa escola mantida por uma agência da ONU para refugiados palestinos. Em 1965 mudou-se para Alexandria, onde em 1971 se formaria em medicina e se especializaria em pediatria.
Em 1982 passou três semanas preso por se negar a pagar impostos a Israel. Dois anos depois seria demitido do hospital israelense em que trabalhava.
Preso por dois anos, ele estava entre os 415 palestinos ligados a grupos terroristas que Israel libertou e expulsou para o Líbano em 1992, de onde foi autorizado a retornar a Gaza.
Foi um dos co-fundadores do Hamas, em 1987. O grupo tem como objetivo a destruição de Israel e sua substituição por um Estado islâmico.
Rantisi foi porta-voz de sua organização antes assumir no mês passado a liderança militar. Sua figura pequena, encorpada, com cabelos espessos e barba curta era freqüente nas telas de televisão. Bom orador, representava uma geração de militantes palestinos que se opunha à liderança laica de Arafat e acreditava que a identidade de seu povo está ligada ao islamismo.
Em junho do ano passado Rantisi e um de seus filhos foram feridos por um projétil lançado de um helicóptero militar israelense. Ele havia rejeitado um apelo do então premiê palestino, Mahmoud Abbas, para que o Hamas cessasse seus atentados contra alvos civis israelenses.


Com agências internacionais


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