São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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O que a explosão não destrói o calor incinera

DA REPORTAGEM LOCAL

Os incêndios provocados pela explosão nuclear podem não derrubar certas estruturas maciças, mas queimariam todo o interior delas. Mesmo os abrigos subterrâneos que chegaram a ser construídos nos porões das casas não ofereceriam proteção suficiente.
No abrigo, a família poderia estar a salvo da onda de choque e até de parte da radiação, mas o calor da bola de fogo poderia cozinhar as pessoas como se estivessem em um forno.
Testes com armas nucleares na atmosfera nos anos 50 foram feitos para checar os danos a cidades, mas seu enfoque era mais o dano pela onda de choque do que pela bola de fogo, segundo a pesquisadora Lynn Eden.
Os testes sobre o impacto do fogo foram feitos apenas em escala pequena, no caso de incêndios em casas, e não sobre o impacto global da "tempestade de fogo".
Por exemplo, em 8 de maio de 1953, uma bomba de 27 kilotons explodiu no deserto em Nevada (oeste dos EUA). Perto do alvo havia duas pequenas casas de madeira.
As casas, de cerca de três metros por quatro metros de largura cada uma, estavam expostas a uma radiação térmica de 17 calorias por centímetro quadrado. Em Hiroshima, a borda externa da bola de fogo tinha uma intensidade de dez calorias por centímetro quadrado.
Uma das casas tinha cortinas de rayon, tapetes de algodão, roupas e revistas -ironicamente até uma de decoração chamada "Better Homes" (lares melhores). Essa casa pegou fogo imediatamente e queimou por completo. A outra tinha cortinas e assentos de cadeira de vinil, roupas e tapetes de algodão. Ela sobreviveu por pouco, mas com incêndios por dentro. (RBN)


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