São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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Mundo tem mais de 31 mil armas nucleares

DA REPORTAGEM LOCAL

O "Bulletin" é uma publicação voltada a temas de desarmamento nuclear, fundada por físicos que participaram do projeto americano da bomba atômica na Segunda Guerra. A revista é conhecida por publicar o chamado "relógio do juízo final", que reflete o risco do uso de armas nucleares.
Meia-noite seria a hora da explosão. O momento mais perigoso foi em 1953, quando EUA e URSS explodiram bombas de hidrogênio; faltavam dois minutos para a meia-noite. No fim da Guerra Fria, em 1991, faltavam 17 minutos para meia-noite.
Desde 27 de fevereiro de 2002 o relógio marca sete minutos para meia-noite -a terceira vez desde o fim da Guerra Fria que ele se move para a frente.
Existem mais de 31 mil armas nucleares no mundo. Oito países possuem armas atômicas: EUA e Rússia, com 95% delas, além de Reino Unido, França, China, Israel, Índia e Paquistão. Desde 1998, apenas 3.000 armas foram desativadas.
O ponteiro voltou a chegar perto da meia-noite por conta do risco de terroristas adquirirem armas nucleares, mas também pela atitude dos EUA, que renegou o tratado que proibia o desenvolvimento de armas contra mísseis balísticos. Esses mísseis são o principal meio de lançamento de uma arma nuclear.
Outros riscos à paz são o confronto entre Índia e Paquistão e a tensão em torno dos programas nucleares do que os EUA chamam de "eixo do mal" -que antes incluía o Iraque e hoje se restringe a Irã e Coréia do Norte.
Para fazer uma bomba bastam 25 kg de urânio enriquecido ou 8 kg de plutônio. A Rússia ainda tem um estoque de mil toneladas de urânio e 140 toneladas de plutônio passíveis de uso em armas; os EUA têm 750 toneladas de urânio e 85 toneladas de plutônio, segundo o "Bulletin". Desde 1991, já houve centenas de casos de tentativa de venda de materiais radiativos no mercado negro -mas nunca com o grau de enriquecimento necessário, ou então em quantidades insuficientes. (RBN)


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