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Nova jornada de paralisação tem baixo índice de adesão na França
CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
A nova jornada de greve contra o aumento do tempo mínimo de contribuição para a aposentadoria e a flexibilização da
jornada de trabalho de 35 horas
semanais na França, ontem,
não teve o mesmo sucesso do
último dia de paralisação nacional, em 22 de maio.
A adesão foi baixa entre os
empregados dos transportes
públicos, funcionários da administração e professores, tradicionalmente os pilares de greves na França. O percentual de
docentes grevistas ficou em
3%. Na SNCF (companhia de
trens), 7,6% aderiram à greve.
No mês passado, foram 24,9%.
Em Paris, 18 mil pessoas participaram de uma passeata, segundo a polícia -em maio, foram 28 mil, de acordo com os
policiais, ou 70 mil, segundo os
organizadores.
Para Bernard Thibault, da
central sindical CGT, a adesão
mais baixa se deve à falta de
coesão entre os próprios sindicatos. Em maio, a greve estava
voltada principalmente contra
a reforma do sistema de aposentadoria. Ontem, porém,
acrescentou a reivindicação sobre a jornada de trabalho.
Hoje, o conselho de ministros da França vai adotar o projeto de lei que deve reformar a
jornada legal de trabalho no
país. A queixa das centrais sindicais é que o texto não respeita
a "posição comum" acordada
entre o ministro do Trabalho,
Xavier Bertrand, e as lideranças dos sindicatos em abril.
As centrais sindicais CGT e
CFDT e o Medef (representante do empresariado) assinaram
um documento em "caráter experimental" que propunha que
acordos sobre mudanças na
jornada de trabalho pudessem
ser assinados entre patrões e
empregados, desde que os sindicatos envolvidos na negociação representassem ao menos
50% dos assalariados.
No entanto, o projeto de lei
do governo francês estipula que
sindicatos representando 30%
dos trabalhadores poderiam
aprovar o limite de horas-extras máximas permitido.
Ao assumir a Presidência
francesa em 2007, Nicolas Sarkozy colocou a reforma da jornada de 35 horas como prioridade. Na sua avaliação, as jornada semanal mais curta engessa a economia francesa.
Ao longo do tempo, suavizou
o discurso. Em diversas ocasiões reiterou que as 35 horas
como "jornada legal de trabalho" seriam mantidas, mas que
ele desejaria ver os franceses
fazendo mais horas-extras.
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