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AMÉRICA DO SUL
Em Caracas, Lugo evita se dizer de esquerda
DE CARACAS
Em uma visita com
acento mais religioso do
que ideológico, o presidente eleito do Paraguai,
Fernando Lugo, se reuniu
ontem com Hugo Chávez,
em Caracas. No seu primeiro discurso, em aparente recado ao futuro colega venezuelano, o ex-bispo disse que não pertence
a "nenhum extrato ideológico nem partido político".
"Venho do extrato onde
os pobres são a razão da
minha vida", disse diante
do panteão do libertador
Simón Bolívar, dentro de
uma antiga igreja.
"Neste continente cristão, a pobreza é uma chaga
que corrói as grandes
maiorias. É um escândalo
para os que acreditamos
em Jesus libertador."
Em seguida, Lugo se dirigiu ao Palácio Miraflores, onde foi recebido por
Chávez, que o chamou de
"padre do povo, luz de um
povo e bispo dos pobres".
"Você veio para ajudar o
parto do reino que Cristo
já anunciava, padre, há
dois mil anos", disse Chávez. Depois do encontro,
que durou toda a tarde, os
dois se dirigiram a um
igreja na região de Caricuao, imensa área pobre
na periferia de Caracas.
A Venezuela é o terceiro
país visitado por Lugo nesta viagem -antes, esteve
na Bolívia e no Equador,
também governados por
presidentes de esquerda.
Apesar de a turnê sugerir
uma afinidade ideológica,
o presidente eleito paraguaio -assume em 15 de
agosto- repetiu o discurso de que não é de esquerda, classificando-se como
"defensor dos pobres".
(FABIANO MAISONNAVE)
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