DA REDAÇÃO

Aliados da Geórgia, os EUA pedirão hoje aos demais membros da Otan (aliança militar ocidental) que considerem a adoção de medidas para pressionar a Rússia a cumprir o cessar-fogo acordado com Tbilisi.
Segundo uma fonte graduada do governo americano, os EUA proporão, entre outras sanções, o fim da colaboração com Moscou no âmbito da aliança militar. A reunião entre os chanceleres dos 26 países-membros em Bruxelas foi solicitada por Washington. "Não há sinais de desocupação russa na Geórgia, e a Otan deveria, no mínimo, suspender as reuniões ministeriais com a Rússia", disse o funcionário dos EUA à Reuters.
A irritação americana ficou clara nas palavras da secretária de Estado, Condoleezza Rice. "A Rússia não pode usar força desproporcional contra seus vizinhos e continuar sendo bem recebida nas instituições internacionais", disse Rice, acrescentando que Moscou "está fazendo um jogo perigoso" e "terá de pagar o preço [por atacar a Geórgia]". "Não vamos deixar que a Rússia trace uma nova linha nesses Estados que ainda não se integraram às estruturas transatlânticas", afirmou.
Em represália, Washington já excluiu Moscou das discussões do G8 (clube de nações ricas que congrega ainda França, Itália, Reino Unido, Alemanha, Japão e Canadá) e disse que a adesão da Rússia a organismos internacionais como a Organização Mundial do Comércio estava em risco.
Mas há divergências na Otan sobre a declaração que deve ser adotada hoje, já que França e Alemanha, que dependem de gás e petróleo russos, defendem um tom mais ameno com o governo de Moscou.
Uma porta-voz da aliança negou as divergências e disse que a Otan irá reiterar a promessa de adesão futura à Geórgia feita em abril. A representante também disse que o encontro de Bruxelas enviará uma "claríssima mensagem de solidariedade à Geórgia", reiterando a promessa de adesão feita a Tbilisi em abril passado.
Já Moscou afirmou que a cooperação foi afetada pelo apoio da aliança à Geórgia e acenou com a hipótese de retaliar -proibindo, por exemplo, que tropas ocidentais cruzem a Rússia rumo ao Afeganistão.

Com agências internacionais

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