|
Próximo Texto | Índice
IRAQUE OCUPADO
OITO DE OUROS
Coalizão diz que Al Azzawi pode dar pistas sobre fundos desviados para o exterior
Ministro das Finanças é capturado
DA REDAÇÃO
A polícia iraquiana prendeu em
Bagdá o ministro das Finanças e
vice-premiê de Saddam Hussein,
Hikmat Ibrahim al Azzawi, 70, e o
entregou à coalizão. Ele era o número 45 da lista de 55 membros
procurados do antigo regime
-cinco já estão presos- e o oito
de ouros de um baralho distribuído pelos EUA com os iraquianos
mais procurados.
Os americanos crêem que o antigo ministro possa ajudar a recuperar fundos desviados. Estimativas muito imprecisas dizem que
Saddam pode ter enviado de US$
2 bilhões a US$ 40 bilhões para o
exterior. "Imaginamos que o ex-ministro das Finanças tenha informações sobre onde o regime
colocou o dinheiro da população", afirmou o capitão Stewart
Upton, do Exército dos EUA.
"Esperamos que esse dinheiro
seja usado para a construção do
futuro do Iraque", disse.
O ex-ministro começou sua carreira no partido Baath (nacionalista árabe, mas identificado a
Saddam no Iraque) nos anos 60.
Al Azzawi participou do golpe
que derrubou o regime do general
Qassem, em 1968. No mesmo ano,
foi nomeado subsecretário do Comércio, tornando-se depois ministro do Comércio.
Nos anos 70, foi nomeado presidente do Banco Central, mas Saddam, então homem-forte do país,
o demitiu em 1977, ante a recusa
de Al Azzawi de transferir uma
grande quantidade de dinheiro
para o exterior. O destinatário do
envio era um tio de Saddam.
Após anos escrevendo artigos
louvando a figura de Saddam, Al
Azzawi voltou às boas graças do
ditador em 1995.
Outras "cartas"
Os EUA dizem que pelo menos
sete membros da "lista-baralho"
estariam na Síria. Entre eles estaria Kamal Mustapha Abdullah,
secretário da Guarda Republicana
e um dos dez do topo da lista.
Pressionada, a Síria disse ontem
que estava aumentando o controle da fronteira e limitando a entrada de iraquianos.
Segundo o comando americano, não há como prever novas
prisões, mas a captura de figuras
menos importantes continua.
Na sexta, Emad Husayn Abdullah al Ani, considerado o mentor
do programa de armas com agentes nervosos do Iraque, e Jala Jadr
al Salahat, membro do grupo terrorista do palestino Abu Nidal, se
renderam. Apesar de eles não fazerem parte do "baralho", a coalizão diz esperar conseguir informações sobre programas de armas e sobre as supostas ligações
do Iraque com a rede Al Qaeda,
justificativas para a guerra.
Responsável por diversos atentados -especialmente na Europa, de 1970 a 1985-, o grupo de
Abu Nidal figura na lista de organizações terroristas elaborada pelos EUA. Nidal foi preso na semana passada no Iraque.
Busca por Saddam
Os canais de TV árabes vêm
mostrando o que chamam de indícios de que Saddam Hussein teria sobrevivido ao ataque.
A Al Jazeera (Qatar) e a TV Abu
Dhabi mostraram ontem um documento escrito à mão com uma
suposta mensagem de Saddam
dizendo à polícia secreta que parasse de combater os invasores.
A carta seria de 9 de abril, data
da queda de Bagdá e dois dias depois de um bombardeio que objetivara atingir Saddam e seus filhos
na capital.
Os americanos afirmam não saber se o ex-ditador iraquiano está
vivo ou morto.
Com agências internacionais
Próximo Texto: Chega a Bagdá primeiro comboio da ONU; marines deixam cidade Índice
|