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Família atribui morte a "estresse"
DA REDAÇÃO
Para a família de David Kelly,
foi o estresse de estar envolvido
em uma polêmica política de
grandes proporções que causou a
sua morte.
"Os acontecimentos nas últimas
semanas tornaram a vida de David insuportável, e todos os envolvidos devem refletir longamente
sobre esse fato", declarou a família em um comunicado lido ontem pela polícia após a confirmação de que um corpo achado na
véspera em Southmoor, na região
central da Inglaterra, pertencia ao
cientista.
Kelly, um microbiólogo que estudou na Universidade de Oxford, era o conselheiro sênior da
Secretaria de Controle e Proliferação de Armas no Ministério da
Defesa havia mais de três anos.
Antes, ele chefiara uma equipe
de inspetores de armas biológicas
da ONU que esteve em Bagdá
após a Guerra do Golfo, em 1991.
Voltou ao Iraque em junho deste ano por alguns dias e se encontrou com a equipe responsável
pela busca das supostas armas de
destruição em massa iraquianas.
O suposto arsenal foi usado pelos
EUA e pelo Reino Unido como
principal justificativa para a guerra, mas ainda não foi encontrado.
Entre 1994 e 1999, Kelly trabalhou como conselheiro de armas
biológicas da ONU. Scott Ritter,
seu colega na época, descreveu-o
à BBC como um homem de "caráter íntegro, alguém que se preocupava profundamente com seu
país". "Embora ele fosse um homem gentil, ele tinha nervos feitos
de aço."
"Eu nunca vou esquecer do modo como ele sempre insistia que,
não importa qual seja a pressão
política envolvendo o assunto,
nós sempre teríamos que dizer a
verdade absoluta. Talvez seja, em
parte por isso, que esses fatos terríveis ocorreram", disse Richard
Butler, ex-chefe de inspeção de armas da ONU que também trabalhou com Kelly.
Com agências internacionais
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