São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2008

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Expropriação de cimenteira mexicana tem hino e festa

DE CARACAS

Com bandeiras, militantes vestidos de vermelho e soldados da Guarda Nacional, o governo venezuelano expropriou na madrugada de ontem as instalações da multinacional cimenteira mexicana Cemex, após o fim do prazo de 60 dias fixado pelo presidente Hugo Chávez para que os dois lados chegassem a um acordo sobre o preço da reestatização.
A emissora estatal VTV transmitiu ao vivo a ocupação da maior fábrica da Cemex, no Estado de Anzoátegui (a leste de Caracas). Comandados pelo ministro Rafael Ramírez (Energia e Petróleo), centenas de militantes chavistas fizeram contagem regressiva até a meia-noite e em seguida entoaram o hino venezuelano.
"O cimento que vamos produzir não é para fazer milionários uns senhores que estão bem longe, mas para dispor desse cimento para as nossas casas", discursou Ramírez.
Em abril, Chávez anunciou a nacionalização da Cemex, da francesa Lafarge e da suíça Holcim. As multinacionais européias chegaram a um acordo e devem permanecer no país como sócias minoritárias. Juntas, as três empresas abastecem 90% do mercado venezuelano.
Em entrevista à agência de notícias France Presse, o embaixador mexicano em Caracas, Jesús Mario Chacón, disse que a Cemex recebeu um "tratamento discriminatório" e pediu que o governo aumentasse o prazo de negociações.
Desde o ano passado, Chávez vem promovendo uma ampla nacionalização da economia. Recentemente, anunciou a estatização do terceiro maior banco do país.
(FM)



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