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Expropriação de cimenteira mexicana tem hino e festa
DE CARACAS
Com bandeiras, militantes
vestidos de vermelho e soldados da Guarda Nacional, o governo venezuelano expropriou
na madrugada de ontem as instalações da multinacional cimenteira mexicana Cemex,
após o fim do prazo de 60 dias
fixado pelo presidente Hugo
Chávez para que os dois lados
chegassem a um acordo sobre o
preço da reestatização.
A emissora estatal VTV
transmitiu ao vivo a ocupação
da maior fábrica da Cemex, no
Estado de Anzoátegui (a leste
de Caracas). Comandados pelo
ministro Rafael Ramírez
(Energia e Petróleo), centenas
de militantes chavistas fizeram
contagem regressiva até a
meia-noite e em seguida entoaram o hino venezuelano.
"O cimento que vamos produzir não é para fazer milionários uns senhores que estão
bem longe, mas para dispor
desse cimento para as nossas
casas", discursou Ramírez.
Em abril, Chávez anunciou a
nacionalização da Cemex, da
francesa Lafarge e da suíça Holcim. As multinacionais européias chegaram a um acordo e
devem permanecer no país como sócias minoritárias. Juntas,
as três empresas abastecem
90% do mercado venezuelano.
Em entrevista à agência de
notícias France Presse, o embaixador mexicano em Caracas, Jesús Mario Chacón, disse
que a Cemex recebeu um "tratamento discriminatório" e pediu que o governo aumentasse
o prazo de negociações.
Desde o ano passado, Chávez
vem promovendo uma ampla
nacionalização da economia.
Recentemente, anunciou a estatização do terceiro maior
banco do país.
(FM)
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