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"Derrotados é que reclamam de injustiça nas eleições", diz embaixador no Brasil
DA REDAÇÃO
O embaixador do Zimbábue
no Brasil, Thomas Sukutai
Bvuma, minimizou os temores
de que a eleição presidencial de
seu país não seja livre e ofereceu como indício de justiça o fato de nenhum partido ter desistido do segundo turno.
"Depois de uma votação, são
candidatos derrotados que reclamam da falta de justiça e liberdade do processo eleitoral",
disse ontem em entrevista por
e-mail à Folha. "Se esse mesmo candidato vence, a justiça e
a liberdade são esquecidas."
Para Bvuma, "se os candidatos participam do segundo turno, é porque cada um vê algum
grau de justiça, o que alimenta
a crença de que pode vencer".
Indagado sobre as ameaças
de Robert Mugabe de não aceitar uma eventual derrota, o
embaixador disse que "a mesma questão deveria ser feita ao
[líder opositor Morgan] Tsvangirai, que igualmente declarou
que não reconheceria uma vitória do presidente".
"Em uma campanha eleitoral na qual os riscos são altos,
candidatos fazem afirmações
duras e inflexíveis. Só o período
pós-eleitoral dirá se o vencido
levará a cabo suas ameaças."
Bvuma respondeu às críticas
ao governo por ter limitado o
número de observadores da votação. "O governo recebeu mais
de 50 mil inscrições, um número que causaria pesadelos logísticos. A confusão nas sessões
eleitorais perturbaria a tranqüilidade do processo."
Sobre as críticas dos vizinhos
africanos a Mugabe, o embaixador afirmou que "os vizinhos
entendem as forças em jogo no
Zimbábue". "Até agora, apoiaram o presidente, apesar da
enorme pressão externa."
(AM)
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