São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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"Derrotados é que reclamam de injustiça nas eleições", diz embaixador no Brasil

DA REDAÇÃO

O embaixador do Zimbábue no Brasil, Thomas Sukutai Bvuma, minimizou os temores de que a eleição presidencial de seu país não seja livre e ofereceu como indício de justiça o fato de nenhum partido ter desistido do segundo turno.
"Depois de uma votação, são candidatos derrotados que reclamam da falta de justiça e liberdade do processo eleitoral", disse ontem em entrevista por e-mail à Folha. "Se esse mesmo candidato vence, a justiça e a liberdade são esquecidas."
Para Bvuma, "se os candidatos participam do segundo turno, é porque cada um vê algum grau de justiça, o que alimenta a crença de que pode vencer".
Indagado sobre as ameaças de Robert Mugabe de não aceitar uma eventual derrota, o embaixador disse que "a mesma questão deveria ser feita ao [líder opositor Morgan] Tsvangirai, que igualmente declarou que não reconheceria uma vitória do presidente".
"Em uma campanha eleitoral na qual os riscos são altos, candidatos fazem afirmações duras e inflexíveis. Só o período pós-eleitoral dirá se o vencido levará a cabo suas ameaças."
Bvuma respondeu às críticas ao governo por ter limitado o número de observadores da votação. "O governo recebeu mais de 50 mil inscrições, um número que causaria pesadelos logísticos. A confusão nas sessões eleitorais perturbaria a tranqüilidade do processo."
Sobre as críticas dos vizinhos africanos a Mugabe, o embaixador afirmou que "os vizinhos entendem as forças em jogo no Zimbábue". "Até agora, apoiaram o presidente, apesar da enorme pressão externa." (AM)


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