São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

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Erros causaram mortes francesas no Afeganistão

DA REDAÇÃO

Sobreviventes da emboscada que anteontem matou dez militares franceses no Afeganistão disseram que o pelotão que liderava a travessia de uma passagem entre as montanhas ficou quatro horas sob fogo ininterrupto do Taleban, grupo radical islâmico, antes que a Otan, a aliança militar ocidental, enviasse reforços.
Os soldados também afirmaram que a artilharia dos helicópteros aliados passou a disparar indistintamente contra os inimigos e contra os franceses, sendo por isso responsáveis por uma parte das baixas.
Os depoimentos, com seus autores não identificados pelos nomes, foram colhidos num hospital de Cabul por um repórter do "Le Monde".
Segundo a Reuters, o Pentágono negou que soldados tenham sido mortos por atiradores que davam cobertura aérea à operação, enquanto o comando militar francês no Afeganistão desmentiu a existência de erros de ordem tática.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, que ontem pela manhã chegou ao Afeganistão para se solidarizar com seu contingente, não comentou essas delicadas informações. Reafirmou o engajamento da França na luta contra os terroristas do Taleban e disse não se arrepender do envio de 700 novos combatentes àquele país. O contingente francês é hoje de 3.000 militares, o quarto maior.
O "Financial Times" fornece detalhes sobre o fortalecimento do grupo islâmico. Afirma que ele mantém o controle de territórios a partir de Maidan Shah, localidade a 30 minutos de Cabul, antes considerada área segura. Diz que os comandantes do Taleban estudam a possibilidade de isolar a capital afegã, repetindo o cerco de 1990, com a retirada das tropas soviéticas, depois de dez anos (1978-1988) seguidos de combates e pesadas baixas.

Com agências internacionais



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