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ARGENTINA
Grupos favoráveis e contrários a Kirchner protestam
Milhares de argentinos vão às ruas para lembrar a queda de De la Rúa
CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES
Cerca de 30 mil argentinos tomaram ontem as ruas do centro
de Buenos Aires para relembrar
os dois anos queda do presidente
Fernando de la Rúa, em 20 de dezembro de 2001.
Ao longo da tarde, colunas de
manifestantes marcharam da
praça do Congresso e do Obelisco
até a praça de Maio onde às 17h
(18h em Brasília) formou-se uma
imensa concentração popular.
"Isso mostra que diferenças de
menor ordem não têm importância. Estamos todos na praça de
Maio", disse Raúl Castell -líder
do Movimento Independente de
Desempregados e Aposentados,
grupo considerado da ala mais radical dos piqueteiros-, rebatendo críticas de que o movimento
havia chegado dividido às manifestações.
Havia uma expectativa de ocorrência de incidentes de violência.
Até o final da tarde, no entanto,
tudo aconteceu de maneira pacífica. Famílias inteiras saíram às
ruas, inclusive com mães levando
bebês em carrinhos. Turistas
acompanhavam as passeatas tirando fotos.
As marchas e protestos de ontem foram convocados por mais
de 40 grupos piqueteiros e tiveram a participação de entidades
de defesa dos direitos humanos,
grupos estudantis e partidos.
Os piqueteiros são grupos de
trabalhadores desempregados
que começaram a se mobilizar em
organizações a partir de 1997,
com as privatizações feitas pelo
governo Menen. Eles bloqueiam
ruas e organizam protestos pedindo trabalho e subsídios do governo. Parte do movimento apóia
Kirchner, mas a maioria dos piqueteiros mantém-se crítica à administração.
Os eventos para marcar a queda
de De la Rúa começaram na noite
de sexta-feira, com um ato em
tom "oficialista" num estádio e
uma vigília no centro de Buenos
Aires.
Carregando bandeiras com legendas como "Kirchner: único
condutor", cerca de 8.000 manifestantes, segundo os organizadores, se reuniram no estádio de
Atlanta, na Villa Crespo, bairro de
classe média em Buenos Aires.
No palco, uma imagem do presidente argentino, Néstor Kirchner, junto ao líder cubano, Fidel
Castro, ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e ao presidente da
Venezuela, Hugo Chávez.
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