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São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2003

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ARGENTINA

Grupos favoráveis e contrários a Kirchner protestam

Milhares de argentinos vão às ruas para lembrar a queda de De la Rúa

CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES

Cerca de 30 mil argentinos tomaram ontem as ruas do centro de Buenos Aires para relembrar os dois anos queda do presidente Fernando de la Rúa, em 20 de dezembro de 2001.
Ao longo da tarde, colunas de manifestantes marcharam da praça do Congresso e do Obelisco até a praça de Maio onde às 17h (18h em Brasília) formou-se uma imensa concentração popular.
"Isso mostra que diferenças de menor ordem não têm importância. Estamos todos na praça de Maio", disse Raúl Castell -líder do Movimento Independente de Desempregados e Aposentados, grupo considerado da ala mais radical dos piqueteiros-, rebatendo críticas de que o movimento havia chegado dividido às manifestações.
Havia uma expectativa de ocorrência de incidentes de violência. Até o final da tarde, no entanto, tudo aconteceu de maneira pacífica. Famílias inteiras saíram às ruas, inclusive com mães levando bebês em carrinhos. Turistas acompanhavam as passeatas tirando fotos.
As marchas e protestos de ontem foram convocados por mais de 40 grupos piqueteiros e tiveram a participação de entidades de defesa dos direitos humanos, grupos estudantis e partidos.
Os piqueteiros são grupos de trabalhadores desempregados que começaram a se mobilizar em organizações a partir de 1997, com as privatizações feitas pelo governo Menen. Eles bloqueiam ruas e organizam protestos pedindo trabalho e subsídios do governo. Parte do movimento apóia Kirchner, mas a maioria dos piqueteiros mantém-se crítica à administração.
Os eventos para marcar a queda de De la Rúa começaram na noite de sexta-feira, com um ato em tom "oficialista" num estádio e uma vigília no centro de Buenos Aires.
Carregando bandeiras com legendas como "Kirchner: único condutor", cerca de 8.000 manifestantes, segundo os organizadores, se reuniram no estádio de Atlanta, na Villa Crespo, bairro de classe média em Buenos Aires.
No palco, uma imagem do presidente argentino, Néstor Kirchner, junto ao líder cubano, Fidel Castro, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez.



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