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Gasolina em alta domina debate eleitoral no país
DE WASHINGTON
Depois de definidos os dois
candidatos majoritários, é o
preço da gasolina, não a Guerra
do Iraque nem a crise imobiliária, que domina a atual campanha presidencial norte-americana. Essa é a conclusão do
mais recente estudo semanal
realizado pelo Project for Excellence in Journalism (projeto
pela excelência do jornalismo,
PEJ, na sigla em inglês).
Segundo o levantamento da
ONG que estuda o comportamento da imprensa norte-americana durante as eleições, entre 9 e 15 de junho o preço do
combustível (6%) bateu a guerra (5%), a saúde pública e a imigração (1% cada) como principal assunto do noticiário de
campanha. O tema dominou os
discursos e entrevistas tanto de
Barack Obama quanto de John
McCain.
O motivo é simples: em 1998,
os gastos com combustível consumiam 1,9% das finanças da
família do norte-americano
médio, segundo a empresa Global Insight; hoje, o gasto equivale a 4%. Nesse verão do Hemisfério Norte, o preço da gasolina nos postos dos Estados
Unidos passa dos US$ 4 o galão
-ou R$ 1,4 por litro. É um recorde histórico.
Daí o republicano McCain
ter lançado já no começo do
ano o que chamou de "férias para o imposto federal da gasolina", proposta em que esse tipo
de tributo deixa de ser cobrado
durante os meses mais quentes
-e de maior consumo de gasolina, por conta, entre outros fatores, das viagens familiares
durante as férias escolares.
A repercussão do plano
-uma adaptação dele foi defendida pela então pré-candidata democrata Hillary Clinton
durante as primárias da Pensilvânia, em abril, e pesquisas sugerem que a proposta contribuiu para a vitória da senadora
no Estado- levou os partidos a
retomarem o tema.
Alto-mar
Na última semana, o presidente George W. Bush propôs
ao Congresso que seja suspenso o boicote à extração de petróleo em alto-mar, em vigor há
27 anos. A medida não tem
chance de passar no Legislativo, controlado pela oposição
democrata, mas foi defendida
prontamente por McCain e pelo governador da Flórida, Charlie Crist, um dos nomes cotados
para vice do republicano.
O entusiasmo se explica. Caso esse tipo de exploração seja
liberado, a Flórida será um dos
locais que mais se beneficiará
da medida. Nas eleições de novembro, os preciosos votos no
Colégio Eleitoral daquele Estado-pêndulo, sem orientação
política definida, podem decidir quem será o novo presidente dos EUA. Dos 270 votos dos
50 Estados, 10% são da Flórida.
De acordo com levantamento feito pelo instituto de pesquisa Rasmussen, 64% dos floridianos que votam se declararam a favor da medida. Entre os
republicanos que moram no
Estado, a aprovação foi maciça
(85%), mas a surpresa veio dos
democratas: 45% dos eleitores
de Barack Obama apóiam a exploração, que é criticada pelo
seu próprio candidato.
Até 2006, o governador
Charlie Crist era radicalmente
contra. Não mais.
(SD)
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