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Líder estudou psiquiatria e fazia poemas
DA REDAÇÃO
Poucos personagens depois da derrota do nazismo
estiveram tão associados a
operações sistemáticas de
extermínio por motivos étnicos quanto Radovan Karadzic, 63, dirigente bósnio e
grande responsável pelo genocídio da população muçulmana na ex-Iugoslávia.
Nascido na atual República de Montenegro, seu pai
passou parte de sua juventude na prisão por ter integrado na Segunda Guerra um
grupo guerrilheiro que se
opunha aos alemães e ao
Exército clandestino do futuro dirigente comunista,
Josip Broz Tito.
Mudou-se para a capital
bósnia, Sarajevo, onde se formou em medicina e se especializou em psiquiatria.
Aperfeiçoou-se entre 1974 e
1975 na Universidade Columbia, em Nova York, integrando, de volta a seu país, a
equipe de um grande hospital público e trabalhando como consultor psicológico de
um time de futebol. Publicou
então um livro de poemas.
Foi aconselhado a entrar
na vida pública pelo escritor
sérvio Dobrica Cosic, quando a morte de Tito, em 1980,
despertou entre as oito Repúblicas iugoslavas sentimentos de rivalidade e nacionalismo, sobretudo com
Slobodan Milosevic, pai do
projeto de uma "Grande Sérvia" que atropelaria as nacionalidades vizinhas.
Como protegido de Milosevic, Karadzic iria se tornar
na Bósnia o principal dirigente do Partido Democrático Sérvio. Com a ajuda do governo sérvio, passou a criar
bolsões autônomos e a armar
bósnios cristãos.
Com a eclosão da Guerra
Civil, em 1992, os bósnios de
etnia sérvia, auxiliados por
Milosevic, conquistaram
dois terços do território da
Bósnia, por meio da superioridade bélica e da chamada
"limpeza étnica".
Karadzic, já criminoso de
guerra, se torna presidente
da chamada República Sérvia na Bósnia e comandante
de suas forças militares, que
mantiveram um cerco de 44
meses a Sarajevo. Em 1995
suas forças assassinaram milhares de homens e adolescentes em Srebrenica.
Diante da imobilidade dos
europeus, os EUA assumem
por meio da Otan -aliança
militar ocidental- as operações de bombardeio dos encraves leais a Karadzic, que
acaba foragido em 1996.
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