|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bush tornou EUA mais seguros, diz Chertoff
Secretário americano cita Farc como risco regional
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Na contramão do que dizem
muitos analistas, o secretário
do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Michael
Chertoff, afirmou ontem no
Rio que o legado do governo de
George W. Bush na área de segurança é ter deixado o país
mais protegido contra ataques
terroristas. Ele cita esforços sobretudo para aumentar a segurança de viajantes e cargas e a
proteção da infra-estrutura.
"O mundo precisa lidar com a
questão do terrorismo. Os terroristas não se limitam a um
país ou a um grupo de países",
afirmou. Como exemplo, citou
as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e disse que a segurança coordenada
permite que os países aproveitem os "benefícios globais do
turismo e do comércio". Os
EUA participaram do planejamento de recente ação da Colômbia que resgatou 15 reféns
da guerrilha neste mês e antes
haviam sido o único país a
apoiar o ataque de Bogotá em
território equatoriano que matou o número 2 das Farc.
Mas ele evitou dar detalhes
sobre eventuais suspeitas
quanto à Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. "Ninguém nega que há muita controvérsia, muita criminalidade, tráfico de drogas e de armas operando nessa região. Há
algum debate se isso estaria relacionado com o terrorismo ou
com o apoio ao terrorismo. A
experiência que tenho indica
que toda vez que há espaço sem
governo -onde criminosos,
traficantes, contrabandistas,
falsários operam com certa liberdade- há perigo", disse.
O secretário atribuiu a maior
assiduidade de representantes
de Washington na América do
Sul ao crescimento da economia local, sobretudo do comércio, e à realização de eventos
multilaterais -em meio às reclamações no subcontinente
pelo relançamento da Quarta
Frota da Marinha americana,
alocada na região, o subsecretário de Estado Thomas Shannon
esteve recentemente no Brasil
e na Argentina e hoje se reúne
com o boliviano Evo Morales.
Chertoff se encontrou ontem
com representantes do setor
privado que atuam nos portos
do país. Um dos pontos em discussão foi o exemplo de criação
de parcerias público-privadas
entre o Estado e o setor privado
para aumentar a segurança do
comércio realizado por via marítima, nos moldes do que já foi
implementado nos EUA, na
Europa e na Ásia. Também esteve com o governador do Rio,
Sérgio Cabral, para discutir a
possibilidade de troca de informações na segurança da Copa
do Mundo de 2014.
Texto Anterior: "Times" rejeita texto de McCain sobre Iraque Próximo Texto: França: Por um voto de diferença, Parlamento reforma Carta Índice
|