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"Times" rejeita texto de McCain sobre Iraque
DE WASHINGTON
A viagem de Barack Obama
ao Oriente Médio e à Europa
ajudou a provocar uma nova
"guerra na imprensa" americana. A começar pela protagonizada por seu oponente, John
McCain. Na semana passada, o
senador republicano enviou
texto sobre a Guerra do Iraque
para o "New York Times", que
publicara artigo do democrata
sobre o mesmo assunto alguns
dias antes.
Ontem, a campanha de
McCain divulgou que o texto
havia sido rejeitado e o enviou
ao site "Drudge Report", que o
colocou no ar. No texto de Obama, o democrata delineava seu
plano para dar fim ao conflito
no Iraque e falava de sua estratégia para o Oriente Médio em
geral. McCain tratou o seu texto mais como uma réplica ao de
Obama, com muitos ataques
mas poucas propostas.
O editor de opinião do "Times" respondeu que o jornal
achava ótimo publicar o texto,
desde que ele tivesse algumas
partes reescritas. "Para isso, o
artigo teria de dizer em termos
concretos como McCain vê a
vitória no Iraque", disse David
Shipley. Quando o caso veio a
público, Tucker Bounds, um
porta voz da campanha de
McCain, afirmou que o senador
não mudaria seu plano para o
Iraque "para se conformar às
políticas do "Times"."
Bounds acredita que há parcialidade na mídia norte-americana a favor do democrata.
Levantamento recente do
Tyndall Report confirma sua
impressão, pelo menos na TV
aberta e considerando o espaço
dedicado. Entre junho e julho,
diz o relatório dirigido ao mercado televisivo, Obama mereceu 114 minutos de cobertura
-positiva ou negativa-dos três
principais telejornais norte-americanos, ante 48 minutos
para McCain.
"New Yorker" de fora
Outra batalha teve a campanha de Obama como protagonista. Dos cerca de 200 jornalistas do mundo inteiro que fizeram pedidos para acompanhar o senador, 38 foram atendidos. Entre os recusados está o
repórter da "New Yorker" em
Washington, Ryan Lizza.
Ele é autor de longa reportagem sobre os anos do senador
em Chicago publicada na edição da semana passada da revista semanal, que trazia na capa um desenho satírico com
Obama vestido de muçulmano,
e sua mulher, de guerrilheira,
num Salão Oval com um quadro com Osama bin Laden na
parede e a bandeira americana
queimando na lareira.
A campanha respondeu dizendo que o corte não foi represália, mas falta de espaço para
atender a todos os pedidos. A
justificativa não convenceu
analistas de mídia, que lembraram que a revista é uma das
mais prestigiosas semanais dos
EUA, com circulação de 1,3 milhão e larga tradição de cobertura tanto política quanto da
Guerra do Iraque.
(SD)
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