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VENEZUELA
Exame encontra diferença de apenas 0,02 ponto percentual nos votos
Auditoria avaliza vitória de Chávez no plebiscito
DA REDAÇÃO
O Conselho Nacional Eleitoral
(CNE) da Venezuela anunciou
ontem que a segunda auditoria da
apuração do plebiscito que manteve Hugo Chávez na Presidência
do país não encontrou nenhum
indício de fraude.
Conforme se previa, a Coordenação Democrática, de oposição
ao governo, disse que a auditoria
"não foi confiável", segundo o
porta-voz Asdrúbal Aguiar.
"A auditoria apresentou resultados muito positivos, sem diferenças substanciais", afirmou Jorge Rodríguez, diretor do CNE. Segundo Rodríguez, houve uma discrepância de apenas 0,02 ponto
percentual em relação à auditoria
feita na noite do último domingo,
após a votação.
"[O resultado da auditoria] deve ser motivo de orgulho não só
para o CNE, como também para
todos os venezuelanos. Acreditamos que está plenamente demonstrado que o voto automatizado é seguro, transparente e rápido", acrescentou.
O relatório sobre a auditoria será redigido de maneira conjunta
por representantes do Centro
Carter, da Organização dos Estados Americanos.
Em entrevista coletiva, o secretário-geral da OEA, o ex-presidente colombiano César Gaviria,
e Jennifer McCoy, representante
do Centro Carter, disseram que a
auditoria "não deixa dúvidas sobre o resultado" e "é o suficiente
para certificá-lo".
A oposição a Chávez boicotou a
auditoria. Os oposicionistas sustentam que houve fraudes e queriam que fosse feita uma recontagem de todos os votos impressos
(as urnas eletrônicas venezuelanas computavam os votos digitalmente e também imprimiam o
voto em papel para ser depositado em urnas convencionais). A
auditoria foi feita por amostragem, através da comparação dos
resultados computadorizados
com a contagem manual dos votos de papel de uma pequena parcela das urnas (150 mesas).
Pelo resultado oficial, Chávez
obteve 4,9 milhões de votos
(57,8%), contra 3,6 milhões
(42,2%) desfavoráveis. Dessa forma, ele deve cumprir integralmente o seu segundo mandato na
Presidência, com término em janeiro de 2007.
Depois de ser derrotada na tentativa de tirar Chávez do poder, a
oposição agora ameaça boicotar
as eleições regionais, marcadas
para 26 de setembro. Os opositores afirmam que não faz sentido
participar das eleições que definirão governadores e prefeitos por
causa das fraudes que dizem ter
havido no plebiscito e da falta de
credibilidade do CNE. Dos cinco
reitores (juízes) do órgão máximo
do chamado Poder Eleitoral, três
são considerados pró-Chávez.
Com agências internacionais
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