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ORIENTE MÉDIO
Líder continua cercado
Explosão lança "chuva" de poeira sobre Arafat
DA REDAÇÃO
Tanques israelenses chegaram
a dez metros de distância do escritório onde está Iasser Arafat, isolado em um dos últimos prédios
ainda de pé do seu quartel-general em Ramallah (Cisjordânia).
Cercado, o presidente da Autoridade Nacional Palestina disse que
não se renderá.
Um tiro de um tanque israelense atingiu o piso localizado sobre
seu escritório na noite de sexta,
provocando uma "chuva" de
poeira sobre Arafat.
Um alto funcionário palestino,
Iasser Abd Rabbo, disse que a vida de Arafat está ameaçada e pediu a árabes, EUA e União Européia que impeçam a ação de Israel
contra o líder palestino. O CS da
ONU deve se reunir na segunda
para discutir o novo cerco ao QG
de Arafat. "Ele e seus aliados estão
confinados em três salões", disse
Rabbo à agência egípcia Mena.
O Exército israelense destruiu
também uma passarela que liga o
edifício que abriga os escritórios
de Arafat a uma sala de recepção,
isolando-o ainda mais. Dezenove
homens que estavam nessa sala
de recepção se renderam.
"O quarto em que estávamos
com Arafat sacudiu. O vidro quebrou, destroços e poeira de fora
encheram o lugar", disse um oficial por telefone à agência de notícias Reuters de dentro do prédio.
"Arafat estava preocupado, mas
não posso dizer que estava abalado. Ficou muito bravo quando
soube que alguns homens da segurança foram atingidos."
Enquanto escavadeiras e tanques continuavam a destruir os
prédios, Arafat emitiu um novo
apelo a militantes palestinos para
que parem com os ataques a Israel. Israel acusa-o de não atuar
para impedir ataques terroristas.
Para Arafat, o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, utiliza os atentados como pretexto para obter concessões de palestinos
à força. "Estamos prontos para a
paz, não para a rendição", disse.
Segundo testemunhas, 5.000
palestinos, alguns armados e com
fotos de Arafat, fizeram uma passeata em Rafah. Também houve
protestos em Ramallah e Jenin.
O cerco ao quartel-general de
Arafat começou depois que dois
atentados suicidas palestinos mataram seis pessoas na semana
passada. A maior parte do quartel-general de Arafat foi destruída
numa operação que busca capturar 20 militantes palestinos que
Israel diz estar no complexo.
Segundo auxiliares, Arafat passou boa parte da noite telefonando a líderes mundiais e árabes, pedindo que interviessem para impedir o ataque a seu escritório.
A França pediu o fim imediato
do que descreveu como uma situação "horrível". "Novamente
pedimos às autoridades israelenses que não façam nada que possa
ferir fisicamente Arafat e os oficiais que o cercam", disse o Ministério de Relações Exteriores francês. "Lamento a escalada de violência", disse o chefe de política
exterior da UE, Javier Solana.
Com agências internacionais
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