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À ESQUERDA
Socialistas prometem exigir reforma social
DO ENVIADO ESPECIAL A BONN
O eleitor que quiser pressionar
o chanceler (premiê) Gerhard
Schröder a manter suas promessas e a fazer as reformas sociais de
que a Alemanha tanto precisa deverá votar no Partido do Socialismo Democrático (PDS). A afirmação é de Gabi Zimmer, presidente do partido e sua principal
candidata. Leia a seguir trechos de
sua entrevista à Folha na semana
passada, em Bonn.
(MSM)
Folha - Por que os eleitores deveriam votar no PDS, que é herdeiro
do partido único da extinta Alemanha Oriental?
Gabi Zimmer - Porque somos o
único partido que apresenta verdadeiras propostas de mudanças
sem esquecer-se da justiça social.
É por isso que um partido socialista democrático tem de ser representado no Bundestag.
A política que, até agora, foi feita
pela coalizão formada pelo SPD e
pelos Verdes é uma grande decepção, o que faz com que sua reeleição esteja longe de estar garantida. Assim, quem quiser pressionar Schröder a manter suas promessas e a fazer as reformas sociais de que o país precisa deverá
votar no PDS.
Folha - O PDS apóia a oposição de
Schröder a uma ofensiva militar
contra o Iraque?
Zimmer - Vamos além de sua posição. Queremos que ele, antes de
obter a reeleição, deixe claro que
não mudará de opinião de repente, argumentando que a realidade
mudou por conta de uma resolução da ONU, por exemplo.
Exigimos também que o espaço
aéreo alemão seja fechado para
aeronaves americanas mesmo no
período de preparação para a
ofensiva contra Saddam Hussein.
A situação é simples: queremos
que ele prove que sua atitude não
é apenas retórica de campanha.
Folha - É possível que o PDS faça
parte de uma coalizão com o SPD e
com os Verdes?
Zimmer - Não creio que isso seja
possível ainda. Afinal, as diferenças políticas ainda são muito
grandes entre nós. Ademais,
Schröder já disse claramente que
não faria uma coalizão conosco.
Ele pode afirmar isso porque o
PDS ainda não é tão forte no restante do país quanto no leste.
Em Berlim, somos uma força
incontornável e fazemos parte da
coalizão governamental com o
SPD. Entretanto, no âmbito federal, ainda há enormes diferenças,
como no que se refere à política
externa, já que somos diametralmente contrários a qualquer intervenção militar alemã fora de
nossas fronteiras.
Nós nos tornamos "sociais" demais para o SPD, que, por conta
de suas aspirações políticas, convergiu para o centro em busca de
aumentar sua base de eleitores.
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