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À DIREITA
Partido liberal culpa Estado por estagnação
DO ENVIADO ESPECIAL A BONN
A atual coalizão de centro-esquerda não introduzirá as reformas necessárias para tirar a Alemanha da morosidade econômica, o que só o Partido Democrata
Liberal (FDP) poderá fazer. A opinião é de Werner Hoyer, um dos
vice-presidentes da legenda neoliberal. Leia a seguir trechos de sua
entrevista à Folha na semana passada, em Bonn.
(MSM)
Folha - Por que os alemães deveriam votar no FDP, que quer reduzir boa parte da proteção social da
população?
Werner Hoyer - Porque somos o
único partido que pretende pôr
em movimento o país, que se encontra estático há anos. Há enormes estruturas no Estado e na sociedade que impedem o crescimento econômico, e o FDP irá reduzi-las significativamente.
Com a coalizão de centro-esquerda, isso não será feito, o que
nos manterá praticamente estagnados. É por isso que propomos
amplas reformas. Se não houver
uma liberalização do mercado de
trabalho, a Alemanha manterá
um ritmo lento de crescimento.
Ademais, somos o único partido
que tem força para influenciar os
dois grandes partidos, pois propomos reformas concretas, não
apenas retóricas.
Folha - Qual é a opinião do PDS
em relação a um eventual ataque
ao Iraque?
Hoyer - O ceticismo quanto a
ações militares é muito grande na
Alemanha, e não podemos esquecer que há um equilíbrio muito
frágil no Oriente Médio, que poderia ser prejudicado no caso de
uma ofensiva militar.
Por outro lado, consideramos a
política do chanceler [Gerhard"
Schröder irresponsável por algumas razões. Primeiro, se ficar provado que Saddam Hussein produz ou busca produzir armas de
destruição em massa, não poderemos deixar de agir para impedir
que ele atinja seus objetivos.
Segundo, Schröder nos isolou
totalmente na comunidade internacional, já que renunciou a influenciar qualquer decisão americana com sua atitude contrária a
um eventual ataque. Com isso,
não podemos nem discutir o tema
com nossos parceiros da União
Européia, o que é terrível.
O Reino Unido, a Itália e a Espanha mantêm contatos frequentes
com a administração americana,
porém nós não podemos fazê-lo
por conta de uma atitude irresponsável e populista de Schröder.
O chanceler ainda não percebeu
que o único caminho que podemos seguir é o do entendimento
com nossos vizinhos europeus.
Nossas relações européias vêm
sendo gravemente minadas pela
atitude isolacionista dele no que
se refere ao caso iraquiano.
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