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Criança treina com boneca
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE JERUSALÉM
Laércio Pintchovski emigrou há
um ano e meio do Brasil para Israel e vive em Ahuzat Barak (centro). Professor da pré-escola, passou por um treinamento organizado pelo Exército israelense e pelo Ministério da Educação para
saber instruir as crianças em caso
de ataque. Ele cuida de 33 crianças
de três e quatro anos. "Temos de
transmitir a elas a necessidade de
nos ajudarem na hora em que terão de entrar em um único quarto
e nos ajudar a colocar as proteções antigás", conta.
"Durante o treinamento com as
crianças, uma delas perguntou: "E
se meu nariz entupir quando eu
estiver com a máscara, quem vai
me limpar?". É preciso ter força.
Mas, no momento dos ataques, eu
espero que eles estejam com seus
pais. Eu quero estar em casa com
minha mulher e meus gatos. Estaremos protegidos no abrigo."
O governo doou a cada escola
uma máscara de gás para que as
crianças se acostumem. Além disso, foram distribuídas bonecas
com máscaras de gás falsas, o que,
segundo o brasileiro, é muito pedagógico. "Essa é a realidade delas", observa.
Laércio e sua mulher têm um
abrigo antiaéreo em sua casa. O
casal armazena água e conservas
no local. Quando começaram os
rumores da guerra, providenciaram todo o restante: ventilador,
ração para os seis gatos, lanterna,
rádio e pilhas, entre outras coisas.
"Armazenamos comida porque
não conhecemos o dia de amanhã", diz ele. "Mas eu sei que é só
para nos tranquilizar. Na hora do
bombardeio, quem tem cabeça
para comer? Além disso, as máscaras só permitem a bebida."
(JP)
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