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Itamaraty descarta
asilo a Saddam no país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem por meio de sua assessoria
que o Itamaraty não está considerando a possibilidade de conceder
asilo ao ditador iraquiano Saddam Hussein.
O assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia disse em
entrevista à revista "Época" desta
semana que isso poderia acontecer caso "ajudasse a resolver a crise do Iraque de forma pacífica".
Garcia, porém, afirmou que o
governo brasileiro não havia sido
consultado sobre o assunto.
Amorim teve uma reunião com
sua equipe na manhã de ontem e,
em seguida, pediu à sua assessoria
que divulgasse a posição do Itamaraty. A reunião não teria sido
convocada devido à entrevista.
Os assessores explicaram que
Amorim não chegou a conversar
com Garcia sobre a entrevista. Segundo eles, o ministro entendeu
que Garcia falava sobre uma situação hipotética.
Desde o início do governo, há
choques e ruídos de bastidor entre Amorim e Garcia. No Itamaraty, foram feitas críticas reservadas a Garcia, que tentaria agir como um "chanceler do B".
Já Garcia acredita que há ciúme
de diplomatas devido à relação
pessoal e política que tem com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O fato, porém, é que algumas
declarações de Garcia desagradaram Amorim. Lula soube e pediu
a seu assessor especial que adotasse comportamento mais discreto.
De modo geral, Lula acha que
seus auxiliares têm falado mais do
que deveriam. A entrevista na
qual Garcia admite dar a asilo a
Saddam Hussein é um exemplo.
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