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Conflito foi o pior na região pós-2ª Guerra
DA REDAÇÃO
A rapidez com que a ex-Iugoslávia se fragmentou
nos anos 90 demonstrou o
artificialismo da unidade
mantida pelo regime comunista, liderado por Josip Broz Tito. Seu sucessor, Slobodan Milosevic,
converteu-se ao projeto de
submeter parte dos Bálcãs
à hegemonia de uma
"Grande Sérvia", com cristãos ortodoxos se sobrepondo aos interesses territoriais dos muçulmanos
da Bósnia ou de Kosovo.
O lugar-tenente de Milosevic na Bósnia-Herzegóvina foi justamente Radovan Karadzic, durante a
guerra civil (1992-1995)
que deixou um saldo de
250 mil mortos e 1,8 milhão de pessoas expulsas
de seus domicílios.
O processo de secessão
começou em junho de
1991, com a Eslovênia e a
Croácia declarando a independência da federação
iugoslava. Em dezembro
foi a vez da Macedônia.
No início de 1992 os bósnios e croatas também votaram para criar seu próprio país. Mas as duas regiões estavam nos planos
da Sérvia, que se tornou
uma federação com Montenegro e passou a combater independentistas armados, dizimar civis desarmados por terem simpatia pela independência,
ou proprietários muçulmanos de terras a serem
confiscadas.
Srebrenica e Sarajevo
Karadzic foi o responsável pela maior matança
humana perpetrada na
Europa desde a Segunda
Guerra Mundial (1939-45). Em companhia de
Ratko Mladic, general e
chefe de seu Estado-Maior, Karadzic e seus milicianos ocuparam o encrave de Srebrenica, que
na época estava sob a proteção da ONU, exterminando praticamente todos
os 8.000 muçulmanos do
sexo masculino.
O cerco de 44 meses a
Sarajevo terminou em fevereiro de 1996 com 12 mil
mortos e 50 mil feridos,
além de uma população
esgotada pela falta de alimentos e remédios.
Sanções econômicas votadas pelo Conselho de Segurança e a intervenção
das forças da ONU colocaram fim ao conflito, que
eclodiria novamente dois
anos depois.
Em 1998, já com Radovan Karadzic na clandestinidade, Milosevic tenta reverter a composição demográfica de Kosovo, onde os albaneses étnicos
(muçulmanos) eram
maioria, e reforçar na Província a tutela sérvia. A
"limpeza étnica" voltou a
ser utilizada. A União Européia hesitou em reagir.
A reação militar partiu então da Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos.
A queda de Milosevic
em 2000 apaziguou novamente a região, onde Kosovo -desta vez sem reação militar da Sérvia- declarou unilateralmente
em fevereiro último sua
independência, fato que
dividiu a União Européia e
despertou reações enraivecidas da Rússia, aliada
dos sérvios há quase três
séculos, por afinidades religiosas e culturais.
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