São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2008

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Cristina retoma diálogo com campo, mas não cede

Ruralistas argentinos pediam suspensão de imposto

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

A presidente argentina, Cristina Kirchner, negou-se a suspender a medida que determina o aumento de impostos sobre as exportações de grãos enquanto o projeto é avaliado pelo Congresso. A suspensão foi pedida ontem pelos líderes ruralistas, que se reuniram com Cristina, após o anúncio do fim do locaute e do bloqueio às estradas do país na última sexta.
A presidente disse que a responsabilidade pela medida agora é do Congresso Nacional. Apesar da recusa, a reunião foi avaliada como positiva pelos dois lados. Os ruralistas terão outros encontros com representantes do governo.
Após a reunião, os ruralistas seriam recebidos pela Câmara de Deputados. Os encontros acontecem após mais de cem dias de conflito. A crise foi marcada por bloqueios de estradas e conseqüente desabastecimento de alimentos e combustíveis nas principais cidades.
Na semana passada, Cristina decidiu enviar o projeto para avaliação do Congresso, medida vista por analistas como uma estratégia do governo para transferir o ônus da medida aos parlamentares.
Ontem, militantes kirchneristas entraram em confronto com funcionários da Prefeitura de Buenos Aires porque instalaram barracas, sem autorização, na praça em frente ao Congresso, para fazer campanha a favor dos impostos.
Representantes do campo já haviam anunciado que acampariam ali também, mas os movimentos de apoio ao governo se apressaram para ocupar a praça antes.
No fim de semana, foi registrada a primeira derrota eleitoral do governo pós-crise. Juan Jure, antikirchnerista, foi eleito prefeito da cidade agrícola de Río Cuarto, em Córdoba. Na campanha, o candidato peronista ao cargo tentou desvincular sua imagem da do governo.


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