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Repórter macedônio morre após ser preso por crimes sobre os quais escrevera
DA REDAÇÃO
O jornalista macedônio
Vlado Taneski, 56, foi encontrado morto em sua cela ontem em uma prisão nas proximidades de Tetovo, Macedônia. Ele estava preso por
suspeita de ser o autor de crimes violentos sobre os quais
escrevera reportagens.
Taneski era acusado de
dois homicídios, além de ser
o principal suspeito nas investigações da morte de uma
terceira mulher e do desaparecimento de uma quarta.
O jornalista foi preso na
última sexta-feira em sua casa na cidade de Kicevo (a 120
km de Skopje). Uma ordem
judicial havia determinado
que ele permanecesse detido
por 30 dias.
Ivo Kotevski, porta-voz da
polícia, disse que a hipótese
de suicídio é a mais provável,
mas as investigações sobre a
morte do repórter ainda não
terminaram.
"Ele foi encontrado morto
com a cabeça dentro de um
balde de água", disse Kotevski. O corpo de Taneski foi
transferido da prisão até a
capital Skopje para autópsia.
O balde e outras provas também foram lacrados para a
análise forense.
A polícia começou a suspeitar do repórter quando
percebeu que as reportagens
assinadas por ele continham
detalhes não divulgados sobre os crimes. Taneski trabalhava para os periódicos de
circulação nacional "Utrinski Vesnik" e "Nova Macedônia", e seu DNA foi encontrado durante as autópsias nos
corpos de duas das vítimas.
Segundo a polícia, as quatro vítimas tinham semelhanças com a mãe do jornalista, com quem ele não mantinha boas relações. Como
ela, todas eram mulheres entre 55 e 80 anos, trabalhavam como faxineiras e moravam no mesmo bairro em
Kicevo.
Os corpos de três das mulheres foram encontrados
nus, depositados em sacolas,
e apresentavam sinais de
violência corporal, abuso sexual e estrangulamento com
cabos de telefone.
Antes de chegar a Taneski,
dois homens haviam sido pesos e condenados à prisão
perpétua pelos crimes. Agora eles serão libertados e indenizados pelo tempo passado na cadeia.
Conhecido na vizinhança,
Taneski visitou as famílias
das vítimas enquanto apurava as reportagens. "Ele veio
até nossa casa, nós conversamos, ele perguntou detalhes", disse Zoran Temelkoski, filho da vítima Zivana Temelkoska, 65, a um programa de televisão local.
A condenação lembrou o
caso do escritor polonês
Krystian Bala, condenado
em 2007 por crime descrito
no romance policial "Amok".
Detalhes que seu livro trazia
sobre o assassinato do empresário Darius Janiszewski
atraíram a atenção policial.
Com agências internacionais
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