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Desconhecido, camaleão Massa assume pasta
DE BUENOS AIRES
"Agarrei a vida muito rápido", afirmou em uma entrevista recente o novo chefe-de-gabinete do governo argentino, Sergio Massa, 36, o
mais novo político a assumir
a função. A condição de prodígio não é novidade para ele.
Formado em direito, foi eleito em 1999, aos 27 anos, o integrante mais jovem da Câmara de Deputados da Província de Buenos Aires.
Em 2002, sob o ex-presidente Eduardo Duhalde, tornou-se diretor-executivo da
Anses (o INSS local). Quando assumiu, Néstor Kirchner
fez questão de manter Massa
no cargo. E, em 2005, quando o jovem foi eleito como
deputado nacional, pediu
que renunciasse ao novo
posto para continuar na direção do organismo.
No fim do ano passado,
Massa foi eleito prefeito da
cidade de Tigre, na Grande
Buenos Aires, e durou pouco
mais de sete meses no cargo.
Para alguns, o anúncio
desse político quase desconhecido para uma função tão
importante foi uma surpresa. Vários analistas classificam Massa como uma das
"crianças mimadas" da presidente Cristina Kirchner e
de seu marido Néstor.
O casal presidencial provou o seu afeto ao comparecerem os dois na posse de
Massa em dezembro, uma
das últimas atividades de
Kirchner como presidente,
às vésperas da posse de Cristina. Naquela mesma época,
ele teria sido cogitado como
ministro da Economia, mas
preferiu respeitar os votos
daqueles que o elegeram como prefeito.
De liberal a peronista K
Em sua curta carreira,
Massa passou por diferentes
linhas políticas. Começou na
ala neoliberal da União do
Centro Democrático e passou ao menemismo para, só
então, virar um "peronista
K", ligado aos Kirchner.
No comando da Anses, teve a chance de mostrar seu
perfil pragmático e conciliador, mantendo uma boa relação com prefeitos e governadores, que teria contado
muito para a sua designação
como chefe-de-gabinete.
Também esteve à frente da
reforma da Previdência, em
março de 2007, que permitiu
a opção entre o sistema estatal e o privado.
Entre as façanhas do jovem Massa está também a de
levar o time de futebol Tigre,
que dirigia, para a primeira
divisão do futebol argentino,
depois de 27 anos na série B
no ano passado. Logo em seguida, a equipe conquistou
um histórico segundo lugar
em seu primeiro campeonato nacional.
Em declarações à imprensa ontem, após aceitar o cargo de chefe-de-gabinete,
Massa comparou seu desafio
ao de um jogador de futebol.
"Vou deixar até a última gota
de transpiração", afirmou.
(AK)
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