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Cortes de impostos beneficiam bastante as maiores empresas
DE WASHINGTON
Com lucros 22% acima do
nível de 2000, as maiores
empresas americanas pagaram neste ano o menor volume de impostos em três
anos. Os setores mais beneficiados pelos cortes de impostos foram o aeroespacial
e o militar, o das telecomunicações e o dos transportes.
De um lado, Bush é considerado um "keynesiano extremo" por usar a política
orçamentária frouxa pregada pelo economista John
Maynard Keynes (1883-1946) para tempos de crise.
Bush aumentou gastos, cortou impostos para empresas
respirarem e teve durante
um longo período juros básicos de 1% ao ano.
De outro, Bush é visto como um partidário da clássica
frase atribuída a Ronald
Reagan (1911-2004) sobre
problemas deixados para
depois: ""O que, algum dia, a
posteridade já fez por mim?"
Após assumir a Presidência com superávit fiscal projetado em US$ 5,6 trilhões
em dez anos, Bush levou os
EUA aos maiores déficits fiscal e externo da história.
Para o economista Peter
Peterson, os EUA precisam
corrigir logo essa situação,
que ameaça o dólar. Ele vê a
necessidade de uma correção radical dos déficits para
que investidores não comecem a abandonar as aplicações em títulos dos EUA,
que hoje financiam o país.
O déficit em conta corrente (externo) dos EUA cresceu rapidamente nos anos
Bush. No último trimestre,
atingiu 5,7% do PIB. Esse
quadro permite que os EUA
consumam muito mais do
que produzem, importando
a crédito de outros países.
Apesar de tudo, o fato é
que Bush assumiu a Presidência com a economia dos
EUA em uma crise que atingiu seu pior ponto depois de
11 de setembro de 2001.
Mas, um ano depois, os
EUA cresceriam 1,9%. Em
2003, mais 3%. Neste ano,
uma taxa de 4,3% é considerada conservadora.
O país perdeu cerca de 2,8
milhões de empregos, mas
criou outros 1,8 milhão nos
últimos 20 meses. Ainda assim, Bush deve ser o primeiro presidente desde Herbert
Hoover -que presidiu em
pleno período da crise de
1929- a terminar seu mandato com menos trabalhadores empregados do que
havia quando assumiu.
A renda per capita aumentou 7% sob Bush, para US$
27,1 mil ao ano. Apesar disso, sua política econômica
aumentou a desigualdade
social. Em 2003, o número
de pobres foi engrossado
por 1,3 milhão de pessoas.
Mas, segundo o FMI, sem
os últimos anos de crescimento sustentado nos EUA,
toda a economia mundial
estaria hoje em maus lençóis.(FERNANDO CANZIAN)
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