São Paulo, domingo, 25 de abril de 2004 |
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DUETO Sambista carioca participa de programa ao vivo do presidente venezuelano, em Caracas; "ele é muito amoroso" Beth Carvalho canta "zamba" para Chávez
FABIANO MAISONNAVE DA REDAÇÃO Há anos a oposição venezuelana o acusa de ser um sujeito ruim da cabeça, mas agora o presidente Hugo Chávez, 49, já pode se defender melhor: afinal, ele gosta de "zamba". Pelo menos é o que assegura a cantora Beth Carvalho, que há uma semana foi prestar sua solidariedade à "revolução bolivariana" e acabou dando uma canja no programa dominical de Chávez, o famoso "Alô, Presidente", transmitido ao vivo pela TV estatal por mais de quatro horas. De quebra, a sambista carioca também ouviu uma "palhita" presidencial. A insólita cantoria começou quando o governo venezuelano procurava um artista brasileiro para participar dos eventos oficiais que lembraram o segundo aniversário do frustrado golpe de Estado contra Chávez, ocorrido em meados de abril de 2002. Procurado por um chavista, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stedile sugeriu Carvalho. A sambista, vice-presidente de honra do PDT e brizolista histórica, topou na hora. Em tempo: a palavra "zamba", que aparece na transcrição oficial do encontro entre Chávez e Carvalho, na verdade é uma dança argentina. Na língua de Cervantes, samba é samba mesmo. Não é a primeira vez que a sambista cruza fronteiras. Em 1997, tornou-se uma cantora interplanetária quando "Coisinha do Pai" ativou um robô -em Marte. O resto da história você lê abaixo, na entrevista que a sambista de 57 anos concedeu à Folha. Folha - Como foi o convite? Beth Carvalho - A Venezuela e o Brasil, apesar de vizinhos, ainda são muito distantes culturalmente. Eles queriam trazer uma pessoa da cultura, mas não sabiam quem. Aí perguntaram ao jornalista Beto Almeida: quem você recomenda para o encontro de solidariedade à revolução bolivariana? Ele indicou o meu nome. Depois perguntaram ao João Pedro Stedile, dos sem-terra, e ele na mesma hora falou o meu nome. Chegaram à conclusão de que tinha de ser a Beth Carvalho. Aceitei com o maior prazer. Tenho a maior admiração por essa revolução bolivariana, uma mexida muito grande na América do Sul. É um trabalho lindíssimo, o povo e o Exército estão com Chávez. Fiquei muito emocionada. Folha - E o encontro com Chávez? Folha - É verdade que ele fala tanto quanto o Fidel? Folha - Como é o programa? Folha - Você acha que falta um
pouco de Chávez no governo Lula? |
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