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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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VENEZUELA

Tiroteio em manifestação em Caracas fere várias pessoas; governo e oposição haviam anunciado acordo sobre referendo

Ao menos 1 morre em protesto anti-Chávez

DA REDAÇÃO

Uma pessoa foi morta a tiros e várias ficaram feridas, inclusive três homens da Guarda Nacional, durante protesto em Caracas de opositores do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, segundo a agência Reuters, com base em informações da polícia e do Corpo de Bombeiros.
O tiroteio começou quando centenas de oposicionistas realizavam uma manifestação contra o governo no bairro de Catia, região pobre da capital com maioria de simpatizantes de Chávez.
Testemunhas disseram que alguns dos tiros vieram de ruas laterais, onde grupos de apoiadores do presidente gritavam insultos contra os manifestantes.
Um correspondente da Reuters viu um motociclista deitado no chão, após ser atingido por uma bala no pescoço. Momentos antes, três homens da Guarda Nacional haviam sido baleados.
O manifestante morto foi identificado como Modesto Martinez, 48. Segundo o hospital, nenhum dos feridos corre risco de morte.

Acordo
A violência ressurgiu dois dias após governo e oposição anunciarem um acordo para um referendo sobre a duração do mandato de Chávez (que vai até 2007, mas a oposição quer reduzir).
O acordo tem o difícil objetivo de encerrar meses de violentos conflitos políticos na Venezuela de Chávez, eleito no final de 98.
No ano passado, ele conseguiu manter-se no poder após um golpe de Estado fracassado.
Em dezembro e janeiro, o país foi paralisado por uma greve geral, que atingiu o setor petrolífero, trazendo sérios prejuízos à economia venezuelana.
Ontem o Grupo do Rio, reunido em Cuzco, no Peru, divulgou uma declaração de apoio ao acordo.
"Emitimos uma declaração de apoio ao acordo assinado entre o governo da República Bolivariana da Venezuela e a Coordenação Democrática [associação dos principais partidos e organizações de oposição] com a participação e facilitação do secretário-geral da OEA [Organização dos Estados Americanos], César Gavíria", disse o presidente do Peru, Alejandro Toledo.
O acordo, que, segundo o governo, deverá ser assinado nos próximos dias, pede respeito à lei e prevê o desarmamento da população.
Em entrevista anteontem, Chávez disse que a oposição cedeu às exigências do governo. "Depois de tanto debate e discurso, ontem [quinta] à noite, o vice-presidente me informou que enfim a oposição aceitou os termos que nós propusemos", disse Chávez.
Para o líder oposicionista Juan Raffali, o acordo foi equilibrado. "Nenhum dos lados pode se sentir totalmente vitorioso e satisfeito, o que significa que é bom."


Com agências internacionais>

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