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VENEZUELA
Tiroteio em manifestação em Caracas fere várias pessoas; governo e oposição haviam anunciado acordo sobre referendo
Ao menos 1 morre em protesto anti-Chávez
DA REDAÇÃO
Uma pessoa foi morta a tiros e
várias ficaram feridas, inclusive
três homens da Guarda Nacional,
durante protesto em Caracas de
opositores do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, segundo a
agência Reuters, com base em informações da polícia e do Corpo
de Bombeiros.
O tiroteio começou quando
centenas de oposicionistas realizavam uma manifestação contra
o governo no bairro de Catia, região pobre da capital com maioria
de simpatizantes de Chávez.
Testemunhas disseram que alguns dos tiros vieram de ruas laterais, onde grupos de apoiadores
do presidente gritavam insultos
contra os manifestantes.
Um correspondente da Reuters
viu um motociclista deitado no
chão, após ser atingido por uma
bala no pescoço. Momentos antes, três homens da Guarda Nacional haviam sido baleados.
O manifestante morto foi identificado como Modesto Martinez,
48. Segundo o hospital, nenhum
dos feridos corre risco de morte.
Acordo
A violência ressurgiu dois dias
após governo e oposição anunciarem um acordo para um referendo sobre a duração do mandato
de Chávez (que vai até 2007, mas a
oposição quer reduzir).
O acordo tem o difícil objetivo
de encerrar meses de violentos
conflitos políticos na Venezuela
de Chávez, eleito no final de 98.
No ano passado, ele conseguiu
manter-se no poder após um golpe de Estado fracassado.
Em dezembro e janeiro, o país
foi paralisado por uma greve geral, que atingiu o setor petrolífero,
trazendo sérios prejuízos à economia venezuelana.
Ontem o Grupo do Rio, reunido
em Cuzco, no Peru, divulgou uma
declaração de apoio ao acordo.
"Emitimos uma declaração de
apoio ao acordo assinado entre o
governo da República Bolivariana
da Venezuela e a Coordenação
Democrática [associação dos
principais partidos e organizações de oposição] com a participação e facilitação do secretário-geral da OEA [Organização dos
Estados Americanos], César Gavíria", disse o presidente do Peru,
Alejandro Toledo.
O acordo, que, segundo o governo, deverá ser assinado nos
próximos dias, pede respeito à lei
e prevê o desarmamento da população.
Em entrevista anteontem, Chávez disse que a oposição cedeu às
exigências do governo. "Depois
de tanto debate e discurso, ontem
[quinta] à noite, o vice-presidente
me informou que enfim a oposição aceitou os termos que nós
propusemos", disse Chávez.
Para o líder oposicionista Juan
Raffali, o acordo foi equilibrado.
"Nenhum dos lados pode se sentir totalmente vitorioso e satisfeito, o que significa que é bom."
Com agências internacionais>
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