|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Jihad Islâmico lança foguetes e abala trégua Israel-Hamas
Disparos foram reação a ataque na Cisjordânia, embora acordo só valha para Gaza
Hamas disse querer manter cessar-fogo e instou todos os grupos militantes a não rompê-lo; Israel qualificou episódio de "grave violação"
DO "FINANCIAL TIMES"
O cessar-fogo acertado na semana passada entre Israel e o
Hamas sofreu um violento revés ontem quando militantes
palestinos dispararam quatro
foguetes e um projétil de morteiro da faixa de Gaza.
A trégua intermediada pelos
egípcios entrou em vigor na
quinta-feira e estabelecia o fim
completo dos ataques mútuos
na faixa de Gaza e nas regiões
adjacentes. No entanto, a morte de dois militantes por forças
israelenses em Nablus, na Cisjordânia, foi usada pelo Jihad
Islâmico como justificativa para seu ataque com foguetes
contra a cidade de Sderot.
O Jihad Islâmico, um grupo
militante ativo na Cisjordânia e
em Gaza, assinou o acordo de
cessar-fogo da semana passada
mas disse que não "manteria as
mãos atadas" enquanto seus
membros são alvos de ataque.
Israel afirmou repetidamente
que consideraria o Hamas responsável por todos os ataques
originados de Gaza, que o movimento islâmico vem governando desde a expulsão das forças
leais à ANP (Autoridade Nacional Palestina), há um ano.
O porta-voz de Ehud Olmert,
primeiro-ministro israelense,
denunciou os ataques como
"grave violação" da trégua, mas
não informou se e como seu governo pretendia reagir.
O Hamas afirmou que desejava manter o período de calma
e instou todos os grupos palestinos a respeitarem o acordo da
semana passada.
Ainda que os disparos de foguetes realizados ontem tenham constituído clara violação do cessar-fogo, tanto o Hamas quanto Israel têm forte interesse em evitar uma nova escalada. As duas partes negociam uma troca de prisioneiros
que poderia garantir a libertação de um soldado israelense
cativo em Gaza desde 2006.
Votação
Olmert também enfrenta hoje uma votação decisiva no Parlamento israelense, que alguns
crêem poder resultar na queda
de seu governo. O maior aliado
na coalizão de Olmert, o Partido Trabalhista, anunciou que
seus membros votarão a favor
da moção que pedirá a dissolução do Parlamento devido às
suspeitas de corrupção que pesam sobre o premiê.
Tanto o líder israelense
quanto o Hamas estão ansiosos
por propiciar algum descanso
às suas populações civis. Os israelenses que vivem nas proximidades da faixa de Gaza vêm
sendo alvo de ataques por foguetes e morteiros há anos, enquanto os palestinos que vivem
no território sofrem com incursões militares, bombardeios
aéreos e bloqueio econômico.
A tensão renovada ofuscou o
início de uma conferência internacional em Berlim que fechou acordo para reforçar o sistema judicial e as forças policiais palestinas na Cisjordânia.
A ANP, presidida por Mahmoud Abbas, deve receber mais
de US$ 240 milhões para financiar a construção de tribunais e
delegacias de polícia, bem como para adquirir equipamentos e custear treinamentos.
A conferência é parte de um
esforço internacional para
apoiar a atual rodada de negociações de paz entre Israel e os
palestinos e reforçar a ANP no
conflito contra o Hamas.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Texto Anterior: Plano B: Britânicos forjam estratégia militar Próximo Texto: Democratas tentam barrar contratos com óleo do Iraque Índice
|