São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

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Democratas tentam barrar contratos com óleo do Iraque

DA REDAÇÃO

Um grupo de senadores da oposição democrata apelou ontem à secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, para que ela vete a concessão de contratos petroleiros no Iraque, sem licitação, às gigantes Exxon Mobil (americana), Shell (anglo-holandesa), Total (francesa) e BP (britânica). As quatro foram forçadas a deixar o país quando Saddam Hussein (1979-2003) estatizou a Iraq Petroleum Company, das quais eram sócias.
Em carta, o grupo afirma que, caso não seja ouvido, a oposição, majoritária, bloqueará verbas para o Iraque que não envolvam a manutenção das tropas americanas no país.
O "New York Times" revelara na semana passada que os contratos, a serem anunciados dia 30, resultam de cartas-convites do Ministério do Petróleo iraquiano, que nos últimos dois anos tem sido assessorado pelas quatro empresas sob forma de treinamento técnico gratuito -daí a licitação ter sido dispensada. A medida tampouco esperou a aprovação da Lei do Petróleo, hoje emperrada no Parlamento iraquiano, que deve regularizar a exploração.
O Iraque era, antes das sanções da ONU pela invasão do Kuwait, em 1991, o segundo produtor mundial de petróleo. Hoje produz cerca de 2 milhões de barris ao dia -900 mil a menos do que então.
Com o apoio de nomes como John Kerry e Claire McCaskill (integrante da Comissão de Serviços Armados), o líder do grupo, Charles Schumer, argumenta que a entrega dos contratos alimentaria a desconfiança de que a invasão do Iraque em 2003 foi motivada por interesses econômicos e cita "receio de que essa ação aprofunde as tensões políticas naquele país", expondo ainda mais os americanos lá.
O governo Bush respondeu afirmando não ter planos para interferir. "O Iraque é um país soberano e pode tomar suas decisões com base naquilo que acredita ser bom para o desenvolvimento de seus recursos petrolíferos", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino.


Com agências internacionais


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