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Apoio a negociações tirou votos de Serpa
IBON VILLELABEITIA
DA REUTERS, EM BOGOTÁ
Seus detratores o descrevem como dinossauro político, e um semanário chegou ao ponto, recentemente, de apelidá-lo de ""o último dos moicanos".
Mas o candidato a presidente
colombiano Horácio Serpa, 59,
insiste que as notícias de sua suposta derrocada foram exageradas. ""Vou ser o próximo presidente da Colômbia", repete obstinadamente o candidato do Partido Liberal, de centro-esquerda,
apesar de as pesquisas indicarem
que ele perde de longe para o primeiro colocado nas sondagens de
intenção de voto.
O jovial Serpa é figura constante
na política colombiana há quase
30 anos, já tendo atuado como
juiz, prefeito, senador e ministro
do Interior. Ele tem tomado parte
ativa no sistema político bipartidário da Colômbia, visto por muitos como obsoleto e corrupto.
Primeiro indicado nas sondagens há apenas cinco meses, Serpa perdeu espaço quando os eleitores, cansados de violência, e a
classe política do país se bandearam para o líder da causa anti-rebelde, Alvaro Uribe.
Pesquisas de intenção de voto
divulgadas no último fim de semana mostraram que o candidato
independente Uribe, dissidente
do Partido Liberal, está a um triz
de distância de conseguir os 50%
dos votos mais um voto que precisaria receber para evitar a ida ao
segundo turno, em junho. As sondagens dizem que, caso Serpa
consiga chegar ao segundo turno,
ele será arrasado por Uribe.
Esta é a segunda vez que Serpa
tenta chegar à Presidência, mas
ele viu sua vantagem desaparecer
à medida que os colombianos,
cansados de guerra, começaram a
desprezar sua mensagem conciliatória, preferindo o chamado às
armas de Uribe. O apoio que Serpa deu às impopulares negociações de paz com as Farc (Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia) lhe custou muito caro.
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