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Colombiana é condenada por vender voto
Ex-senadora ficará 43 meses em prisão domiciliar por aceitar suborno que favoreceu reeleição de Uribe
DA REDAÇÃO
A Suprema Corte da Colômbia condenou ontem a ex-senadora Yidis Medina a 43 meses
de prisão domiciliar por ter
aceitado suborno na votação de
uma reforma constitucional
que permitiu a reeleição do
presidente Álvaro Uribe.
O governo de Uribe negou ter
oferecido favores políticos a
Medina, mas o tribunal anunciou a sentença com base nas
próprias confissões da ex-legisladora. A oposição cobrou que a
Justiça também puna os corruptores de Medina.
"Fica faltando a outra peça
do quebra-cabeças, é como ser
tio sem sobrinho", afirmou o líder do Pólo Democrático Alternativo (PDA), Carlos Gaviria.
Ao ser questionado por jornalistas sobre a possível renúncia de altos funcionários do governos envolvidos na investigação, Gaviria disse que "dependerá da percepção pessoal que
cada um deles tenha da ética".
Na segunda-feira, a Procuradoria acusou Sabas Pretelt,
atual embaixador colombiano
na Itália, de ter oferecido favores políticos a Yidis Medina, em
nome do governo, para ela votar a favor da reeleição presidencial. Entre os envolvidos no
escândalo conhecido como "yidispolítica" estão também o
ministro da Proteção Social,
Diego Palacio Betancourt, e o
ex-secretário de Governo, Alberto Velásquez.
O voto de Medina -junto
com o do ex-congressista Teodolindo Avendaño, que também está preso- foi decisivo
para permitir que a emenda da
reeleição passasse na Primeira
Comissão do Congresso, que
avalia a constitucionalidade
dos projetos antes de passá-los
à votação em plenário.
No dia da votação na comissão, 4 de junho de 2004, Medina foi um dos 18 parlamentares
que apoiaram a reeleição, aprovada por dois votos de diferença. Avendaño desapareceu da
sessão antes de votar.
Dois anos depois, Uribe se
reelegeu presidente com 62%
dos votos. Agora, partidários do
presidente colombiano flertam
com a idéia de um terceiro
mandato consecutivo, em meio
a uma campanha de coleta de
assinaturas do governista Partido da Unidade Nacional (La
U) para aprovar emenda constitucional nesse sentido.
A ex-parlamentar afirma que
ia votar no "não", mas mudou
de idéia depois que ministros
de Uribe ofereceram benesses,
como cargos públicos, para partidários seus.
Interesse coletivo
Ao emitir a sentença, o tribunal declarou que Medina, "detendo um cargo eleito pelo voto
popular, decidiu trair a confiança e o interesse coletivo em
troca de vantagens".
O crime de aceitar suborno
prevê pena de até sete anos de
detenção. O tribunal impôs
multa de 85 salários mínimos e
reduziu a condenação de Medina porque ela se entregou e colaborou com a Justiça. A detenção domiciliar deve-se ao fato
de Medina ser mãe solteira.
A ex-senadora está em cela
especial da Prisão Modelo de
Bogotá desde abril.
Com agências internacionais.
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