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Para Solana, falta explicar mais plano de imigração da UE
Criticado, bloco lança ofensiva de relações públicas
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
A União Européia insiste em
que a reação negativa causada
pelo endurecimento de suas
normas de imigração entre governos da América do Sul e grupos humanitários é pouco mais
do que uma questão de relações
públicas. Em visita ontem a Genebra, o chefe de política externa da UE, Javier Solana, disse
que a diretiva aprovada na semana passada pelo Parlamento
Europeu foi mal entendida.
"Se ela for bem explicada, a
reposta será muito melhor.
Faltou compreensão do que está contido na proposta", disse
Solana ao ser abordado pela
Folha sobre o assunto.
Assim como fizera na última
sexta-feira, durante a cúpula
do Conselho Europeu em Bruxelas, ele minimizou a ameaça
do presidente venezuelano,
Hugo Chávez, de cortar o fornecimento de petróleo a países
que adotarem a norma. "Todos
têm o direito de dizer o que
pensam, mas me pareceu uma
reação desproporcional."
As normas da UE, previstas
para entrar em vigor em 2010,
determinam a extradição de
todo estrangeiro em situação
irregular e detenção por até
seis meses para aqueles que se
negarem a abandonar os países
do bloco. Pensadas como parte
de um esforço para criar uma
política de asilo e imigração comum no bloco a partir de 2010,
as regras foram duramente criticadas por países sul-americanos, entre eles o Brasil -o presidente Lula disse que as medidas são fruto de xenofobia.
Solana explicou que a diretiva aprovada pelo Parlamento
para unificar as normas poderá
ser adaptada a cada país. "Ainda é uma proposta. Cada país
poderá fazer adaptações ao
transformá-la em lei", disse.
As explicações do chefe da
diplomacia européia fazem
parte de uma ofensiva de relações públicas iniciada durante
a cúpula de Bruxelas por seu
compatriota, o chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos,
para apagar o incêndio causado
pelo pacote antiimigração nas
relações com a América Latina.
Na terça, dois altos diplomatas espanhóis reuniram embaixadores da região em Madri para explicar a diretiva, cuja meta, disseram, é proteger os direitos dos imigrantes expulsos.
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