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IRAQUE SOB TUTELA
Conferência, sugerida por Rússia e França e pelo democrata John Kerry, poderá acontecer em outubro
EUA cedem e acatam reunião multilateral
DA REDAÇÃO
A menos de seis semanas das
eleições presidenciais norte-americanas, o secretário de Estado,
Colin Powell, encampou a sugestão feita em 2003 pela Rússia e pela França -e mais recentemente
pelo candidato democrata John
Kerry- de convocar uma conferência multilateral sobre o Iraque.
O encontro, sugeriu Powell em
entrevista ao "New York Times",
poderá ocorrer no Cairo (Egito),
ainda em outubro. Devem participar dele os países da região (entre eles Síria e Irã), uma idéia do
secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, que os EUA antes haviam
rejeitado. A reviravolta de Washington ocorre em meio à contestação da legitimidade e da viabilidade das eleições legislativas que,
sob pressão dos EUA, o Iraque
marcou para janeiro.
Na entrevista ao "NYT", Powell
dá a paternidade da conferência
às autoridades iraquianas e diz
que dela participariam todas as
correntes internas daquele país e
mais os países do G-8 -a Rússia e
os sete mais industrializados.
As eleições no Iraque foram objeto de divergências dentro do governo dos EUA. O número dois
do Departamento de Estado, Richard Armitage, disse anteontem
que o pleito ocorreria em todo o
país. Na véspera, porém, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, dissera que se limitaria a regiões não atingidas por violência.
O ministro francês do Exterior,
Michel Barnier, concordou com o
plano da conferência e disse que
ele se definiria por "uma dupla inclusão": a das correntes internas
do Iraque e a dos países da região.
Powell e Barnier jantaram anteontem em Nova York, onde
participam da Assembléia Geral
da ONU. Além da Síria, que anunciou há dias a retirada de parte de
suas tropas do Líbano, e do G-8, o
encontro incluiria Egito, Jordânia, Turquia, Arábia Saudita, Irã e
Kuait.
O premiê interino iraquiano,
Iyad Allawi, lançou anteontem na
ONU um apelo para que a comunidade internacional o auxiliasse
a "vencer as forças terroristas" e a
construir um futuro melhor para
a população do país.
Condenação
O soldado americano Federico
Merida foi condenado ontem a 25
anos de prisão por matar em maio
um membro da Guarda Nacional
Iraquiana, por decisão de uma
corte marcial em Tikrit (ao norte
de Bagdá), segundo informou o
Exército americano.
Aviões, tanques e a artilharia
pesada dos EUA bombardearam
ontem posições de forças insurgentes em Fallujah, matando ao
menos 15 pessoas e ferindo 33.
Porta-vozes americanos disseram que tomaram como alvo posições controladas por combatentes islâmicos ligados ao jordaniano Abu Musab al Zarqawi, considerado pelos EUA como o representante no Iraque da Al Qaeda.
Em Bagdá, terroristas abriram
fogo contra um comboio da
Guarda Nacional Iraquiana e mataram seis policiais. Os EUA
anunciaram a morte de quatro de
seus soldados em três incidentes
distintos, ocorridos na sexta-feira.
Promessa de Bush
Reagindo às críticas de seu adversário democrata, John Kerry, o
presidente George W. Bush anunciou ontem, em mensagem radiofônica, investimentos no Iraque
de até US$ 9 bilhões para a reconstrução de escolas, hospitais e
malha rodoviária.
Com agências internacionais
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